Duração e seqüência de ativação muscular durante atividades de vida diária em indivíduos dentados e edentados

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Estudos recentes têm associado a saúde bucal, avaliada através de estabilidade e suporte oclusal, com performance física e atividade muscular em diferentes faixas etárias. Os objetivos deste trabalho foram comparar a duração e a seqüência de ativação dos mm. mastigatórios (mm. temporal e masseter), mm. posturais de cabeça e pescoço (mm. esternocleidomastóideo e trapézio), do tronco (mm. reto abdominal e paravertebrais) e de força das extremidades inferiores (mm. reto femoral e gastrocnêmio medial), durante simulação de atividades de vida diária (AVDs) em dois grupos de mulheres: Grupo 1 - usuárias de próteses totais (PTs) bimaxilares (n=10) e Grupo 2 - dentadas jovens (n=10). Foram coletadas variáveis demográficas, antropométricas e de saúde geral. A atividade eletromiográfica (EMG) foi registrada durante os testes da cadeira (levantar/sentar), da cama (levantar/deitar) e das sacolas (levantar/abaixar), sendo computados os valores de duração de ativação muscular, medidos em ms, e a seqüência de ativação muscular a partir do tempo de latência. Em relação à duração de ativação muscular, houve diferença significativa apenas para o teste da cadeira comparando-se as condições com e sem PTs no grupo 1, sendo que os mm. masseter, temporal e esternocleidomastóideo apresentaram maior duração de ativação com PTs no movimento de levantar. Na comparação entre os grupos 1 (com PTs) e 2, o grupo 1 teve maior duração de ativação dos mm. esternocleidomastóideo e trapézio no movimento de levantar da cama. No teste das sacolas, os mm. esternocleidomastóideo e gastrocnêmio apresentaram maior duração de ativação para o grupo 2, e o reto femoral para o grupo 1. Em relação à seqüência de ativação muscular, no teste da cadeira, os mm. masseter, esternocleidomastóideo e trapézio apresentaram alteração significativa com a remoção do suporte oclusal no grupo 1, assim como tendência de antecipação para os mm. reto femoral e gastrocnêmio. Para o teste da cama, houve efeito estatisticamente significativo do suporte oclusal na seqüência de ativação para o m. gastrocnêmio no levantar e m. reto abdominal no deitar, que ativaram antes sem as PTs. Para o teste das sacolas, houve diferença significativa para os mm. esternocleidomastóideo e trapézio em função do suporte oclusal no movimento de abaixar. Comparando os grupos 1 e 2, houve alteração significativa da seqüência de ativação para os mm. mastigatórios, posturais de cabeça e pescoço, posturais do tronco e de força nos três testes. Foi observada antecipação dos mm. paravertebrais, reto abdominal e gastrocnêmio no grupo de dentadas jovens comparada às usuárias de PTs. A avaliação qualitativa dos gráficos de ativação muscular mostrou uma grande variabilidade intra e intersujeito durante os movimentos testados. De modo geral, os resultados sugerem que o suporte oclusal e a idade influenciaram a atividade EMG dos diversos grupos musculares durante os testes de simulação de AVDs.

ASSUNTO(S)

oclusÃo dentÁria odontologia prÓtese dentÁria eletromiografia odontologia atividades motoras musculatura

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