Diversidade e frugivoria por morcegos em um remanescente de floresta semidecidual de Uberlândia, MG / Diversity and frugivory by bats in a semidecidual forest remnant from Uberlândia, MG

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/02/2012

RESUMO

Em ambientes tropicais, os morcegos podem representar mais de 50% da composição da comunidade de mamíferos. A importância destes animais, entretanto, vai muito além da sua grande contribuição para a biodiversidade. Eles apresentam também alta diversidade em suas funções ecológicas: são vetores de doenças de importância médica-veterinária, reduzem danos na agricultura, realizam a polinização de muitas espécies de plantas e dispersam as sementes de tantas outras. Assim, os morcegos são excelentes modelos de estudos de aspectos ecológicos teóricos e práticos, e os resultados destes estudos podem ser fundamentais para a conservação do meio ambiente, para a agricultura e a saúde pública e veterinária. Embora algumas espécies de morcegos sejam comuns em áreas urbanas, pouco se sabe a respeito da organização das comunidades de quirópteros nestes ambientes e como o processo de urbanização e redução do habitat afetam a estrutura e composição destas comunidades. Neste sentido, o primeiro capítulo desta dissertação traz informações sobre a organização de uma comunidade de morcegos em um parque urbano da cidade de Uberlândia, MG, tentando evidenciar padrões que possam ser importantes para a conservação dos morcegos nestas áreas. Com relação às interações mutualísticas entre morcegos frugívoros e plantas, sabe-se que os morcegos podem dispersar as sementes de mais de 500 espécies de plantas. Em geral, os frutos destas plantas apresentam características que, em conjunto, são conhecidas como quiropterocóricas, ou a síndrome de dispersão pelos morcegos. Grande parte dos estudos interpreta as síndromes como o resultado da pressão seletiva dos frugívoros sobre a planta. Entretanto, a validade empírica destas características para a seleção pelos frugívoros e da sua interpretação evolutiva tem sido colocada em debate, uma vez que a dispersão de sementes é um processo generalizado, o que torna a coevolução entre plantas e frugívoros improvável. Porém, existe uma relação funcional entre o tamanho do corpo do animal e o tamanho do recurso que ele é capaz de consumir e, por isso, o tamanho dos frutos é uma característica importante para a seletividade do recurso pelos frugívoros. Assim, se as plantas apresentam variação inter e intra-específica no tamanho dos frutos e os frugívoros exploram esta variação de maneira não aleatória, eles podem exercer pressão seletiva sobre o tamanho dos frutos. Poucos são os estudos que avaliam o tamanho dos frutos como um fator de atratividade para os morcegos e se esta característica esta sujeita à pressão seletiva por estes animais. Assim, o segundo capítulo desta dissertação versa sobre a interação entre Carollia perspicillata, uma espécie de morcego frugívoro, e Piper arboreum, uma planta cujos frutos são utilizados como recurso, investigando se os morcegos selecionam preferencialmente frutos maiores, no intuito de lançar luz sobre o papel dos morcegos na determinação de características fenotípicas da planta.

ASSUNTO(S)

morcegos comunidade parques urbanos frugivoria interação animal-planta ecologia morcego - ecologia morcego bats community urban parks frugivory animal-plant interaction

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