Disponibilidade de recursos florais e o seu uso por beija-flores em uma área de cerrado de Uberlândia, MG / Floral resource availability and its use by hummingbirds in an area of cerrado of Uberlândia, MG / Disponibilidade de recursos florais e o seu uso por beija-flores em uma área de cerrado de Uberlândia, MG / Floral resource availability and its use by hummingbirds in an area of cerrado of Uberlândia, MG

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2011

RESUMO

Apesar de os beija-flores serem apontados como um importante grupo de polinizadores, poucos estudos sobre a sua ecologia estão disponíveis para alguns ecossistemas. O bioma Cerrado é um ecossistema que apresenta uma das mais ricas floras vasculares do mundo, mas numa dada comunidade desse bioma, a proporção de espécies ornitófilas parece ser relativamente baixa. Talvez forçadas por esta condição, visitas oportunistas de beija-flores a flores com outras síndromes florais no Cerrado parecem ser freqüentes. Nesse sentido este estudo teve dois objetivos: 1) avaliar a disponibilidade de recursos florais utilizadas pelos beija-flores numa comunidade de cerrado sentido restrito e 2) avaliar possíveis efeitos que as visitas de beija-flores tem na reprodução de uma planta não ornitófila. Na primeira parte do estudo, foi caracterizada a assembléia de plantas utilizadas pelos beija-flores, a dinâmica temporal e espacial da oferta de néctar (energia), bem como o uso e os fatores que afetam a utilização das plantas pelos beija-flores. Os resultados mostram que a disponibilidade de recursos florais variou de maneira considerável durante o ano, em sincronia com a floração das espécies mais abundantes, e sem clara associação com a sazonalidade típica do Cerrado. A quantidade de recursos oferecida pela planta e a disponibilidade de recursos para a área como um todo parecem explicar a freqüência com que determinada espécie de planta recebe visitas de beija-flores. Amazilia fimbriata e Eupetomena macroura foram as espécies mais freqüentes entre os beija-flores. Na maioria dos casos, os beija-flores parecem agir como ladrões de néctar quando em associação com as plantas não ornitófilas, já que não há um ajuste morfológico entre a flor e o polinizador. No entanto, em flores maiores e especialmente em flores do tipo pincel os beija-flores poderiam agir como polinizadores complementares. Na segunda parte do estudo, o efeito da visita de beija-flores numa planta não ornitófila (Styrax ferrugineus) foi investigado. Nessa planta em particular, os beija-flores parecem não contribuir de maneira direta para a reprodução da planta, já que apesar do contato com as anteras ocorrer frequentemente, as aves raramente tocam o estigma. Mesmo de maneira indireta, o efeito que os beijaflores têm na reprodução da planta parece ser pequeno, já que a sua exclusão não alterou as taxas de formação de frutos. A inabilidade dos beija-flores em exaurir todo o néctar presente na planta e a existência de outro recurso (grãos de pólen) para os principais polinizadores, abelhas, são apontados como fatores que minimizam o efeito da pilhagem de néctar. Mesmo que para as plantas o efeito da visita dos beija-flores não seja claro, sem dúvida o uso mais oportunista de recursos florais deve ser importante no ponto de visita dos beija-flores, especialmente no Cerrado onde a diversidade de flores ornitófilas é relativamente baixa.

ASSUNTO(S)

interação animal-planta nectar thieves pollination syndromes síndrome de polinização ladrões de néctar polinizadores oportunistas styrax ferrugineus ecologia polinização flores - biologia opportunistic pollinators

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