Discursive and mediatic battles in Thomas King's Green Grass, Running Water

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O objetivo desta dissertação é o de investigar as disputas pelo poder subjacentes no texto literário do autor cherokee/canadense Thomas King, mais especificamente em seu romance publicado em 1993 intitulado Green Grass, Running Water. Serão destacadas as estratégias performáticas empregadas na desconstrução de representações opressivas de nativo-americanos por discursos ocidentais que compõem um complexo campo de batalha onde vozes em conflito disputam por direitos discursivos nas relações de poder. Se por um lado temos a tradição epistemológica positivista/cartesiana que trabalha há cinco séculos no sentido de exercer controle sobre as representações simbólicas dos nativo-americanos, a fim de que poder executivo e discursivo possa ser exercido sobre eles, por outro lado temos que Thomas King proporciona ao leitor o acesso a uma estrutura cíclica, não hierarquizada da narrativa e do epistêmio nativo-americanos. Esta investigação irá apontar os momentos de conflito entre essas vozes e analisará uma potencial interpretação democrática, de terceira via para esses encontros aparentemente binários. Espera-se ser possível indicar que Green Grass, Running Water propicia um privilegiado campo simbólico para que conflitos culturais e epistemológicos possam ocorrer e ser resolvidos com alguma espécie de resolução positiva em relação ao aspecto frequentemente belicoso dos engajamentos nativos e ocidentais. Para tanto, investigaremos a tradição bíblica e judaico-cristã de hierarquização e como o processo de nomeação de indivíduos e categorias permite que ocorra uma relação de dominação. Discutiremos a estrutura organizacional das comunidades, baseando-nos nas proposições de Zygmunt Bauman, com o intuito de averiguar de que forma o texto literário lida com questões como o pertencimento a grupos que possuem critérios subjetivos de aceitação, permitindo-nos responder se tais critérios permitem uma opção de filiação ou se representam uma demanda coletiva opressiva sobre o indivíduo. Uma análise dos discursos científicos de verdade também será feita, contrastando-os com a construção mítica coletiva das narrativas nativo-americanas como construções alternativas de verdade. Finalmente, teremos um capítulo sobre o poder narrativo da fotografia (mídia presente no romance em diversos momentos), no qual os usos da câmera serão descritos e analisados em seus potenciais de malícia e de narração distorcida.

ASSUNTO(S)

king, thomas, 1943- native american literature literatura americana canadian literature literatura canadense pós-colonialismo thomas king postcolonial studies romance indios norte-americanos literatura e identidade cultural análise do discurso literário crítica literária literatura e política

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