Dinâmica de ocorrência de Aedes aegypti e Aedes albopictus em residências urbanas de Manaus, Brasil / Dynamics of site-occupancy by Aedes aegypti and Aedes albopictus in urban residences of Manaus, Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

31/05/2012

RESUMO

Aedes aegypti e Ae. albopictus são os vetores da dengue; ambos estão adaptados a ambientes antropizados e encontram-se distribuídos pela faixa tropical-subtropical, constituindo um grave problema de saúde pública. Em ausência de tratamentos ou vacinas, a prevenção da dengue baseia-se no controle do vetor. Isto requer um conhecimento detalhado da ecologia populacional destas duas espécies. Porém, os estudos realizados até o presente pressupõem que estes vetores podem ser detectados de forma perfeita; esta suposição é, muito provavelmente, errada. Neste trabalho foram quantificados, usando uma abordagem que considera explicitamente a detecção imperfeita, os efeitos das intervenções de controle executadas pelas agências locais de saúde pública sobre a dinâmica de ocorrência dos vetores da dengue. Os dados incluíram 38 meses de monitoramento entomológico, executado em parceria com o Instituto Leônidas e Marie Deane desde o ano 2008, no bairro Tancredo Neves da cidade de Manaus. Covariáveis meteorológicas e relativas às residências também foram consideradas. As estimativas da infestação domiciliar por Ae. aegypti (~0.9) superaram em uma ordem de grandeza o índice de infestação predial reportado pelo sistema de vigilância de rotina; o monitoramento com ovitrampas foi mais confiável (infestação domiciliar observada ~0.7). As probabilidades de ocorrência dos vetores flutuaram sazonalmente, principalmente devido aos efeitos negativos das altas temperaturas entre junho e setembro. As intervenções de controle coordenadas pela Prefeitura somente tiveram um pequeno efeito negativo, não distinguível de zero, sobre as taxas de infestação domiciliar por vetores de dengue. Os resultados mostraram que tanto a vigilância entomológica de rotina quanto os sistemas de controle de vetores da dengue devem ser melhorados. A gestão dos programas de controle vetorial precisa de alternativas mais efetivas, incluindo métodos que permitam uma avaliação fiável das taxas de infestação domiciliar. A abordagem utilizada neste trabalho, combinando ovitrampas com modelos que incorporam detecção imperfeita, poderia contribuir para o desenvolvimento de tais alternativas.

ASSUNTO(S)

ecologia de populações controle biológico vetor vigilância entomológica ecologia

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