Designação sintática estrutural em crianças com distúrbio específico de linguagem, autismo e síndrome de Down / Syntactic structural assignment in children with specific language impairment, autism and Down syndrome

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/05/2012

RESUMO

Objetivo: Estudar a estruturação hierárquica da sintaxe em crianças com distúrbios de linguagem. Foram pesquisados os quadros de Distúrbio Específico de Linguagem (DEL), Distúrbios do Espectro Autístico (DEA) e Síndrome de Down (SD). O objetivo principal desta pesquisa foi avaliar e comparar a designação sintática estrutural, por meio da compreensão de sentenças com predicativos e pronomes reflexivos ligados a um substantivo não adjacente, de modo a testar a hipótese do Déficit de Ordenação Hierárquica (DOH). Essa hipótese postula que crianças com distúrbios de linguagem têm dificuldade em estabelecer relações não adjacentes (hierárquicas) entre os elementos de uma frase. Esta pesquisa também avaliou se uma demanda adicional de memória de trabalho, em construções contendo pronomes reflexivos, afeta a designação sintática estrutural em crianças com DEL, DEA e SD. Método: Sessenta e duas crianças falantes do Português Brasileiro (40 meninos e 22 meninas) entre 7; 0 e 14; 2 anos de idade participaram de dois estudos que investigaram a designação sintática de predicativo e de pronome reflexivo. O Estudo I comparou o desempenho de crianças com DEL e crianças com desenvolvimento típico de linguagem (DTL). O Estudo II comparou o desempenho de crianças com DEL, DEA, SD e seus pares com DTL. O experimento consistiu em uma tarefa computadorizada de compreensão de sentenças desenvolvida no software E-Prime. Cada criança respondeu a 72 ensaios apresentados aleatoriamente, de modo a evitar efeitos de ordem ou familiarização. Em cada ensaio, a criança foi apresentada a uma frase contextual (duração máxima de 5500 ms) e, após um intervalo entre estímulos de 1000 ms, a frase alvo (duração máxima de 5000 ms) e o estímulo visual (quatro figuras) foram apresentados simultaneamente. Resultados: No Estudo I, as crianças com DEL foram significativamente menos precisas em todas as condições. Diferentes distribuições de erro foram observadas nas duas condições de memória de trabalho. Ambos os grupos apresentaram mais erros acarretando em construções sintáticas incorretas na condição de longa demanda de memória de trabalho. No Estudo II, crianças com DEL, DEA e SD apresentaram pior desempenho quando comparadas às crianças com DTL. Os grupos DEA e SD apresentaram padrões de resposta semelhantes entre si em diferentes condições. As crianças com DEL apresentaram desempenho similar ao de crianças com DEA e SD apenas quando as demandas de memória de trabalho foram maiores. Conclusões: A hipótese DOH não foi confirmada. Crianças com DEL, DEA e SD se diferenciam de crianças com DTL na compreensão de sentenças com predicativos e reflexivos onde o conhecimento da designação sintática estrutural é necessário. Existem semelhanças entre as crianças com DEA e SD na compreensão destas estruturas. Diferentes efeitos de memória de trabalho na compreensão sintática são encontrados de acordo com o distúrbio de linguagem

ASSUNTO(S)

autismo infantil autistic disorder child language down syndrome language disorders linguagem infantil memória de trabalho short-term memory síndrome de down transtornos do desenvolvimento da linguagem

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