Desfecho de pacientes com câncer internados em unidades de terapia intensiva brasileiras com lesão renal aguda
AUTOR(ES)
Soares, Márcio, Lobo, Suzana Margarete Ajeje, Torelly, André Peretti, Mello, Patricia Veiga de Carvalho, Silva, Ulisses, Teles, José Mário Meira, Silva, Eliézer, Caruso, Pedro, Friedman, Gilberto, Souza, Paulo César Pereira de, Réa-Neto, Álvaro, Vianna, Arthur Oswaldo, Azevedo, José Raimundo, Vale, Érico, Rezegue, Leila, Godoy, Michele, Maia, Marcelo Oliveira, Salluh, Jorge Ibrain Figueira
FONTE
Revista Brasileira de Terapia Intensiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-09
RESUMO
OBJETIVOS: Pacientes com câncer criticamente enfermos têm maior risco de lesão renal aguda, mas estudos envolvendo estes pacientes são escassos, e todos em centros únicos e realizados em unidades de terapia intensiva especializadas. O objetivo deste estudo foi avaliar as características e desfechos em uma coorte prospectiva de pacientes de câncer internados em diversas unidades de terapia intensiva com lesão renal aguda. MÉTODOS: Estudo prospectivo multicêntrico de coorte realizado em unidades de terapia intensiva de 28 hospitais brasileiros em um período de dois meses. Foram utilizadas regressões logísticas univariada e multivariada para identificar os fatores associados a mortalidade hospitalar. RESULTADOS: Dentre todas as 717 internações a unidades de terapia intensiva, 87 (12%) tiveram lesão renal aguda e 36% deles receberam terapia de substituição renal. A lesão renal se desenvolveu mais frequentemente em pacientes com neoplasias hematológicas do que em pacientes com tumores sólidos (26% x 11%; p=0,003). Isquemia/choque (76%) e sepse (67%) foram os principais fatores associados à lesão renal, e esta foi multifatorial em 79% dos pacientes. A letalidade hospitalar foi de 71%. Os escores de gravidade gerais e específicos para pacientes com lesão renal, foram imprecisos para predizer o prognóstico nestes pacientes. Na análise multivariada, a duração da internação hospitalar antes da unidade de terapia intensiva, disfunções orgânicas agudas, necessidade de ventilação mecânica e um performance status comprometido associaram-se à maior letalidade. Mais ainda, características relacionadas ao câncer não se associaram com os desfechos. CONCLUSÕES: O presente estudo demonstra que internação na unidade de terapia intensiva e suporte avançado à vida devem ser considerados em pacientes selecionados de câncer criticamente enfermos com lesão renal.
ASSUNTO(S)
insuficiência renal aguda diálise neoplasias mortalidade estado terminal estudo multicêntrico
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