Desenvolvimento e meio ambiente : o papel dos indutores de impacto

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012

RESUMO

Esta tese é composta por três ensaios que versam sobre a complexa relação entre desenvolvimento e meio ambiente. No primeiro ensaio é feita uma revisão das principais abordagens teóricas que tratam do assunto, com destaque para a Curva Ambiental de Kuznets (CAK) e para os conceitos de sustentabilidade fraca e forte. Ambos apontam o crescimento econômico como um importante indutor de impacto ambiental. No entanto, a CAK afirma que a geração de riqueza pode ser aliada na proteção ambiental quando o país alcança um patamar de desenvolvimento suficientemente elevado para que o meio ambiente passe a ser incorporado como um bem superior. Já a conceituação de sustentabilidade não reforça esta conclusão ao passo que sugere que o capital natural precisa ser preservado: seja relativamente (conceito fraco) ou absolutamente (conceito forte). Para estes, a relação entre crescimento e impacto é sempre direta. As abordagens multidimensionais vão além e afirmam que a relação entre o homem e os ecossistemas se dá uma forma impossível de ser mensurada através da simples relação entre crescimento econômico e degradação. Para se aproximar minimamente deste modo de pensar, um conjunto maior de indutores precisa ser considerado. O ensaio 2 desta tese apresenta modelos na literatura que buscam estimar impactos ambientais causados pela atividade humana através de um número maior de indutores (produtivos, populacionais, institucionais, entre outros). Estes modelos (IPAT e STIRPAT) têm como característica a possibilidade de estimar o impacto ambiental esperado através da verificação das variáveis consideradas indutoras. Mas, duas fragilidades são especialmente importantes: i) a variável que mede impacto ambiental é, em geral, reportada com poluição apenas; e, ii) os modelos não fornecem cenários não lineares nos indutores, ou seja, o patamar das variáveis não faz diferença no tamanho do impacto gerado. Então, é proposta a aplicação de um modelo logístico ordenado que seja capaz de estimar as probabilidades de diferentes níveis de impacto ambiental, que é medido através do tamanho da Pegada Ecológica dos países. A metodologia proposta, além de contar com uma medida mais ampla e completa de impacto ambiental, também é capaz de fornecer cenários com maior riqueza informativa, pois levam em consideração os níveis das variáveis indutoras. No trabalho, foram avaliados cenários a partir de um modelo que contou com as seguintes variáveis: percentual de população urbana, percentual de população entre 15-64 anos, densidade demográfica, PIB per capita e percentual de área agrícola. Os sinais e magnitudes das variáveis utilizadas são condizentes com o que a literatura vem apresentando. O diferencial da proposta é, de fato, a possiblidade de análise de cenários através de outra perspectiva. O ensaio 3 da tese aplica este modelo estimado para o globo aos municípios gaúchos. A partir da suposição de que os impactos ambientais são homogêneos ao redor do mundo, foi possível estimar as probabilidades de impacto para cada município. Com estes resultados, foi elaborada uma análise regional dos potenciais impactos ambientais dos municípios a partir dos indutores que apresentavam. Trata-se de um exercício interessante quando se considerada a carência de informações ambientais neste nível de desagregação.

ASSUNTO(S)

environmental impact economia ambiental drivers desenvolvimento sustentável ecological footprint meio ambiente impacto ambiental ordered logistic model

Documentos Relacionados