Demitidos da vida : quem são os sujeitos da base do Movimento dos Trabalhadores Desempregados?
AUTOR(ES)
Machado, Rita de Cássia Fraga
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
Esta dissertação tem como tema central os sujeitos da base do Movimento dos Trabalhadores Desempregado (MTD). A principal pergunta geradora que orientou a investigação realizada foi: Quem são os sujeitos da base do MTD? O objetivo principal do trabalho centrou-se em compreender profundamente quem são estes sujeitos da base. Na tentativa de entendermos alguns elementos de identidade do Movimento, o foco do olhar tentou captar os Sujeitos no Movimento. Os interlocutores empíricos foram homens e mulheres assentados em Gravataí, bem como quatro militantes da coordenação do Movimento, estes chamei de preâmbulos de pesquisa. Eles encontram-se no espaço-tempo do assentamento do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), em Gravataí-RS. A metodologia de investigação deuse através de observação, entrevistas semi e não estruturadas, leitura e pesquisa em materiais como atas, relatórios das reuniões do Movimento da Consulta Popular – MCP, bem como uma pesquisa já realizada e sistematizada pelo Centro de Assessoria Multiprofissional - CAMP. O MTD é um Movimento “criança” ainda, possue oito anos de idade. Com isso fez-se necessário repensar alguns aspectos históricos e revisitar outros. Através de interlocutores teóricos, como Karl Marx, Marlene Ribeiro, Conceição Paludo, Paulo Freire, Danilo Sctrek, Jorge Ribeiro, Darcy Ribeiro, Milton Santos, dentre outros. Nesse sentido, sugerimos uma revisita à história do Brasil, principalmente entender o processo de formação do povo brasileiro (territorialização/desterritorialização). Neste trabalho também iremos reafirmar que o MTD é um Movimento Social de classe, ou seja, um movimento que é formado por homens e mulheres pobres da periferia. E na última parte deste trabalho dá-se a compreensão de quem são estas pessoas, fomos à busca dos homens e das mulheres concretos, de carne e osso de sonhos e desejos. Estes sujeitos da base se mostram como protagonistas de um tempo de possibilidades, como sujeitos resistentes e criativos; adaptados e conformados; sujeitos individualistas indiferentes; como sujeitos na tensão territorializados/desterritorializados; como sujeitos de diálogos/antidiálogos. Partimos da ideia de que o desemprego é uma “invenção social”. Concluímos, portanto que os homens e mulheres “pesquisados” são produtos de um processo permanente de exclusão social, assim a situação de desemprego e também a década de 1990, isoladamente, não definem a identidade destes sujeitos. Por isso, o assentamento pode ser compreendido como espaço social elaborado pelos homens e mulheres históricos, situados e datados que moram lá, guardando em si, que o espaço é político e ideológico, pois o Movimento dos Desempregados (MTD) integra o contexto social, político e ideológico do qual faz parte. Tenho a certeza que a pesquisa aqui cumpriu seu compromisso social, ético e político de transformação das pessoas. Eu, sem dúvida, me transformei, nós sem dúvida nos transformamos.
ASSUNTO(S)
movimentos sociais sujeito identidade educação popular
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/21859Documentos Relacionados
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