Cuidado e educação nas atividades do berçário e suas implicações na atuação profissional para o desenvolvimento e inclusão da criança de 0 a 18 meses.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

A inserção das crianças de 0 a 18 meses em instituições de educação infantil, mais especificamente em turmas designadas como berçário, tem gerado inúmeros estudos relacionados aos fatores que envolvem essa situação. Quando se pensa que essas instituições irão fornecer experiências que promovam a interação da criança com outras pessoas, além de estimular o desenvolvimento nos aspectos motor e percepto-cognitivo, propiciando maturidade para que ela caminhe na direção da conquista de autonomia e independência, temse, teoricamente, uma visão estimuladora, podendo essa fase ser considerada a primeira da educação inclusiva. Esse trabalho objetivou analisar as atividades propostas na rotina do berçário como recurso ao desenvolvimento da criança de zero a 18 meses. Foram estudados documentos sobre educação infantil e realizadas entrevistas e observações da prática de sete profissionais de berçários de duas creches vinculadas à Secretaria Municipal de Educação de Bauru. A escolha das creches vinculou-se à necessidade da mesma pertencer à referida secretaria, estando mais próxima de se adequar aos documentos oficiais que legislam sobre educação infantil. Tais instrumentos enfocaram as atividades de rotina desenvolvidas com as crianças. Os dados foram organizados segundo categorias analíticas função do berçário, conceito de educar, cuidar, brincar, deficiência e inclusão e detalhamento da organização das atividades da rotina e sofreram análise qualitativa, permitindo a confrontação entre o material empírico e o teórico. Os resultados mostraram que os documentos oficiais pouco discutem a fase em questão, deixando imprecisa a relação entre as atividades realizadas na rotina e seu papel no desenvolvimento da criança, sendo que as atividades de cuidados são priorizadas e passam a estar contidas na educação da criança, na medida em que, na visão das profissionais, têm função disciplinadora. Nesse contexto, a inclusão de crianças com necessidades especiais é vista com reservas, explicitando conceitos preconcebidos sobre deficiência. Esses resultados justificam-se pela falta de conhecimento acerca do desenvolvimento infantil e dos fatores que o envolvem e pelo fato de vincularem suas atividades às experiências pessoais. Considerando a prática existente, deve-se empreender esforços junto à formação das profissionais para que compreendam sua ação, dando-lhe intencionalidade educacional.

ASSUNTO(S)

formação profissional berçário professional improvement children education educacao especial day care centers educação infantil inclusion

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