Correlação entre o ponto de compensação respiratoria e desempenho em corredores de rua / Correlation between respiratory compensation point and performance in runners

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O consumo máximo de oxigênio (VO2max) é considerado medida padrão de potência aeróbica e desempenho físico, por integrar os sistemas nervoso, cardiopulmonar e metabólico e foi considerado fator determinante para o desempenho de corredores devido as boas correlações encontradas em corridas de 10 a 90 km. Além dele, parâmetros submáximos relacionados ao teste de esforço máximo como limiar ventilatório (LV) e ponto de compensação respiratória (PCR) são usados para a prescrição de intensidades de exercício. Durante a década de 80 inúmeros trabalhos sugeriram que a velocidade de corrida referente ao LV (vLV) seria um bom indicador da capacidade de realizar esforços de longa duração. No entanto, recentes achados relacionando a velocidade entre LV e PCR contradizem tais afirmações. Além disso, poucos trabalhos na literatura buscaram investigar a possível correlação entre a velocidade de corrida referente ao PCR (vPCR) e corrida de 10km. Já que a determinação das vLV, vPCR e vVO2max parecem ser importantes na determinação de desempenho e prescrição de treinamento, os protocolos de esforço máximo aplicados nessa população deveriam se aproximar das condições reais de treinamento e competições desses atletas, bem como determinar claramente tais parâmetros. No entanto, protocolos clássicos ainda são utilizados, devido à tradição e familiaridade dos avaliadores, sem a preocupação do embasamento metabólico e estatístico. Essa escassez de protocolos acaba por dificultar a aplicação prática dos dados obtidos e a determinação do desempenho de corredores. Nesse sentido, buscamos neste trabalho i) propor e verificar a reprodutibilidade de um protocolo incremental em esteira ergométrica específico para corredores e ii) investigar possível relação entre vPCR e desempenho na corrida de 10km (v10km) dessa população. Primeiramente, foram avaliados onze corredores amadores, os quais foram submetidos a quatro repetições do protocolo proposto: estágios de 25 segundos, com incrementos de 0.3 kmoh?1 na velocidade de corrida e inclinação fixa da esteira em 1%. Não encontramos diferenças significativas em nenhum parâmetro analisado no LV, PCR e VO2max (p>0.05). Todos os resultados mostraram alta reprodutibilidade (CV<9.1%) e valores de erro típico (TE) encontrados para vVT (TE = 0.62 km o h?1), vPCR (TE = 0.35 km o h-1) e vVO2max (TE = 0.43 km o h?1) indicaram alta sensibilidade e reprodutibilidade do protocolo. Posteriormente, vinte corredores realizaram uma simulação de prova de 10km em pista de atletismo e, após 72h, um teste de esforço máximo em esteira ergométrica para a determinação dos parâmetros máximos e submáximos. Valores de v10km foram significativamente superiores aos de vLV e inferiores aos de vVO2max (p>0.05). Nenhuma diferença significativa foi observada entre v10km e vPCR (p<0.05). Fortes correlações entre v10km e vLV (r = 0.92; R2 = 0.84) e vVO2max (r = 0.93; R2 = 0.86) foram encontradas. Sendo a maior delas observada entre vPCR e v10km (r = 0.96; R2 = 0.92). Esses resultados indicam que o protocolo de esforço máximo sugerido aqui é possivelmente capaz de avaliar pequenos efeitos do treinamento nos parâmetros máximos e submáximos, além mostrar a vPCR como um parâmetro interessante na predição de desempenho para corredores de 10km

ASSUNTO(S)

teste de esforço corredores (esportes) maximum effort test limiar anaerobio respiratory compensation point ponto de compensação respiratoria amateur runners ventilatory threshold

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