Contribution of the cellular nucleus texture analyses for the differential diagnosis of follicular thyroid lesions: comparison with imunohistochemical / Contribuição da analise de textura do nucleo celular para o diagnostico diferencial de lesões foliculares da tireoide : comparação com marcadores imunoistoquimicos

Rita de Cassia Ferreira

O diagnóstico diferencial entre algumas lesões da tireóide é, muitas vezes, difícil de ser determinado, mesmo diante de diversas amostras de tecido. O propósito deste estudo foi o de investigar até que ponto a análise de textura da cromatina em cortes histológicos de rotina contribui para o diagnóstico diferencial entre lesões foliculares da glândula tireóide. Entraram no estudo cortes histológicos corados com hematoxilina-eosina de 12 nódulos adenomatosos hiperplásicos (NA), 18 adenomas foliculares (AF), 24 carcinomas foliculares mínimamente invasores (CFMI) e 22 variantes foliculares do carcinoma papilífero (VFCP). As amostras de tecido utilizadas foram analisadas morfologicamente por meio de estudo histológico e estudo imunoistoquímico pela expressão de diferentes proteínas ou marcadores. Os marcadores utilizados foram HBME-1, CK-19 e galectina-3. Em cada caso 100 núcleos foram aleatoriamente escolhidos, digitalizados e segmentados. A estrutura dos núcleos foi descrita por morfometria, densitometria e por variáveis derivadas da matriz de co-ocorrência. Sexo, idade do paciente e metástases foram informações pesquisadas. Os resultados da análise de imagem computadorizada foram comparados com aqueles obtidos por meio de estudo imunoistoquímico, na distinção das lesões foliculares benignas e malignas da tireóide. Os dados foram comparados por análise de variância (nível de significância p<0,05). As amostras sugerem que o HBME-1 foi um marcador mais sensível quanto à malignidade. Entretanto, o uso dos três marcadores, num painel, pode ser útil em casos específicos, como por exemplo, na diferenciação de lesões foliculares, com referência especial à variante folicular do carcinoma papilífero. Dados descritos como fatores prognósticos, nas lesões foliculares malignas, não se mostraram significantes para discriminar o carcinoma folicular da variante folicular do carcinoma papilífero. As variáveis de morfometria não apresentaram grande valor discriminante, exceto, pelo P5FF4 (quinto percentil do fator de forma) que estabeleceu diferenças significantes entre AF e VFCP e entre CFMI e VFCP. Variáveis densitométricas demonstraram diferenças significantes entre NA e AF, NA e CFMI, AF e VFCP, AF e CFMI e entre CFMI e VFCP. Variáveis derivadas da matriz de co-ocorrência demonstraram diferenças entre os subgrupos, mas somente o P5Energy (quinto percentil da variável energia ), demonstrou diferença entre AF e CFMI. Ainda a variável r2Mink (grau de aproximação da dimensão fractal de Minkowski) diferenciou lesões benignas de malignas (NA e CFMI, NA e VFCP, AF e CFMI, AF e VFCP). A análise de textura pôde auxiliar na discriminação entre lesões benignas e malignas da tireóide principalmente quando se tratava da discriminação entre NA ou AF e VFCP, na qual a análise histológica, baseada em características nucleares pode trazer grandes dificuldades. Por outro lado, o diagnóstico entre AF e CFMI é difícil e não se baseia em características nucleares, mas no achado de invasão capsular ou vascular. Entretanto, nestes casos, as variáveis energia e r2Mink, contribuíram para o diagnóstico diferencial. Portanto, a análise de imagem computadorizada pode ser considerada como uma ferramenta que auxilia no diagnóstico diferencial de lesões foliculares da tireóide, somando-se à interpretação morfológica e imunoistoquímica

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