CONSEQÜÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA ISOLADA E VITALÍCIA DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO NA ISQUEMIA MIOCÁRDICA E ATEROSCLEROSE CAROTÍDEA / Consequences of the Isolated and Lifetime Deficiency of the Hormone of the Growth on the Isquemia Miocardic and Aterosclerose Carotidea

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O fator do crescimento semelhante a insulina (IGF-I) é um peptídeo que tem importante ação sobre a divisão, diferenciação, migração e apoptose das células musculares lisas vasculares (CMLVs) e que pode interferir no mecanismo da aterosclerose. Assim a redução potencial do IGF-I pode ser benéfica em certas condições patológicas, tais como hipertensão e estágios iniciais da formação de placas ateroscleróticas caracterizadas por hipertrofia/hiperplasia das CMLVs, mas danoso em outras condições nas quais a perda de CMLVs contribui para o processo da doença, tais como desestabilização das placas ateroscleróticas. Porém, tem sido sugerido que níveis séricos de IGF-I estão baixos em pacientes com doença arterial coronariana. Recentemente, foi descrita uma população homogênea com uma mutação monogênica no gene receptor do hormônio regulador do hormônio do crescimento (GHRH-R) (IVS1+ 1GA) com deficiência isolada do hormônio do crescimento (DIGH) e níveis extremamente baixos de IGF-1. Apresentavam obesidade central, níveis elevados de pressão arterial sistólica e dislipidemia, oportunidade única para avaliar o impacto de níveis extremamente baixos de IGF-I na isquemia miocárdica e aterosclerose carotídea em população de alto risco, objetivo do nosso trabalho. Foram estudados 22 anões nunca tratados com DIGH (10M:12F; 4412 anos) e comparados com 26 indivíduos normais de mesma idade e região, grupo controle (CO). Foram analisados: dados clínicos, bioquímicos, eletrocardiograma, ecocardiograma em repouso e exercício e duplex scan das carótidas (DSC) para quantificação da espessura médio-intimal das carótidas e pesquisa de placa aterosclerótica. Os resultados encontrados indicaram que o IGF-1 no grupo DIGH estava marcadamente baixo (3,35,5 vs 228,4134,7ng/Ml; p<0,001) e a insulina de jejum (3,373,9 vs 3,593,0 microU/mL; p=NS) estava mais baixa, mas não significativa no DIGH. No estudo do ecocardiograma de repouso foi observado funções sistólica e diastólica normais. Durante o exercício na esteira ergométrica, ambos os grupos obtiveram semelhante pico de freqüência cardíaca (16216,5 vs 16815,7bpm;p=NS) e delta de pressão sistólica (4920 vs 59,423,6mmHg; p=NS). Comparando-se o índice de escore de motilidade do VE no grupo DIGH (10.0) vs grupo (CO) (10.0) não demonstrou diferenças. A análise comparativa da espessura médio-intimal das carótidas,entre as populações dos grupos DIGH vs grupo (CO) não demonstrou diferença significativa (0,59 0,10 mm vs 0,60 0,14 mm), não foi demonstrado aterosclerose prematura na população com DIGH. Apenas um portador de DIGH apresentou placas ateroscleróticas. Nossos dados sugerem que a deficiência isolada DIGH associada com baixos níveis do IGF-1 não se associou com aterosclerose prematura e alta prevalência de isquemia miocárdica. Foi especulado que níveis extremamente baixos do fator de crescimento IGF-1 pode ter mecanismos protetores contra aterosclerose prematura, apesar de apresentarem um grupo de fatores de elevado risco cardiovascular.

ASSUNTO(S)

ecocardiografia sob estresse growth hormone coronary heart disease hormônio de crescimento doença arterial coronariana stress echodopplercardiography carotid atherosclerosisis aterosclerose de carótidas medicina

Documentos Relacionados