Conflito socioambiental e (re)organização territorial : mineradora Alcoa e comunidades ribeirinhas do projeto agroextrativista juruti velho, município de Juruti-Pará-Amazônia-Brasil
AUTOR(ES)
Luis Otávio do Canto Lopes
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012
RESUMO
A implantação de grandes projetos nas amazônias apresenta dinâmicas territoriais marcadas por conflitos socioambientais e prejuízos às comunidades locais. No município de Juruti-Pará, a exploração de bauxita, pela mineradora ALCOA, não foge à regra histórica da territorialização dos grandes empreendimentos em detrimento dos territórios abrigos das comunidades, ainda que se tenha detectado um grande esforço da mineradora para minimizar os efeitos do conflito socioambiental por ela gerado. Este estudo tem como objetivo analisar o conflito socioambiental e a (re)organização territorial do Projeto Agroextrativista Juruti Velho. A metodologia aplicada aproximou dois campos de ação, o primeiro vinculado às reminiscências do autor e o segundo assentado na investigação com âncoras teóricas e metodológicas bem definidas. A fusão desses dois campos de ação se fez presente em todas as fases de sua construção: elaboração inicial e construção do projeto para submeter ao exame de qualificação e, finalmente, a tese. Da referida fusão, houve a formulação da questãoproblema, ou seja: como o conflito socioambiental influencia na (re)organização territorial de comunidades ribeirinhas do PAE Juruti Velho, a partir da instalação e operação do Projeto Mina de Bauxita de Juruti? Tendo em mente que o processo compulsório de transformação do território abrigo em território recurso, pela ALCOA, no PAE Juruti Velho é a expressão maior do conflito socioambiental envolvendo vários atores e relações. Nesse sentido, ao longo da pesquisa foram identificados atores, relações e ambientes em que se realizam tal conflito. Nessa perspectiva, a maioria dos entrevistados declarou sua insatisfação em relação à atuação da mineradora no município. Essa condição pode ser um indicador importante para abrir um novo canal de diálogo, no qual se possa repensar e requalificar o padrão de exploração mineral hoje em atuação no município, caso seja o desejo das partes envolvidas no conflito. Este trabalho também verificou que a maioria das pessoas envolvidas na pesquisa não se manifesta contrária à implantação do projeto de extração de bauxita, pois acredita ser importante para a economia regional. Todavia, questiona a forma de atuação da mineradora, que não criou oportunidades econômicas para todos, como prometido por ela no momento de sua implantação, gerando um forte sentimento de frustração entre os diversos atores sociais locais. Dessa maneira, a pesquisa pôde concluir que a maior parte dos questionamentos realizados localmente se refere ao modo como a mineradora ALCOA opera em Juruti e não à exploração da bauxita em si.
ASSUNTO(S)
conflict territorialização impacto ambiental territory desenvolvimento sustentável ribeirinhos communities economia regional desenvolvimento rural mineral exploitation juruti (pa) alcoa
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/61925Documentos Relacionados
- Indicador de vulnerabilidade socioambiental na Amazônia Ocidental. O caso do município de Porto Velho, Rondônia, Brasil
- (Re)organização da beira-mar : diferentes modos de uso e ocupação no norte do Espírito Santo
- Comunidades ribeirinhas na Amazônia: organização sociocultural e política
- A (re)organização do estado de Minas Gerais: republicanismo, municipalismo e obras públicas na passagem do século XIX para o XX
- A (re)organização do núcleo de cuidado familiar diante das repercussões da condição crônica por doença cardiovascular