CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE PARTICIPAÇÃO DOS USUÁRIOS INTEGRANTES DE CONSELHOS LOCAIS DE SAÚDE

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A implantação e construção do Sistema Único de Saúde (SUS) e de estratégias como a da Saúde da Família, garantiu e tem favorecido práticas participativas em saúde. Porém, algumas comunidades apresentam um envolvimento bastante limitado com a equipe e entre seus próprios membros, desconhecem as ações de saúde e as limitações da equipe, o que desmotiva para a participação em saúde. Assim, empreendi estudo sobre a questão da participação do ponto de vista do usuário; não só para compreender as práticas existentes, como também para discuti-la e propor alternativas para torná-la efetiva. Para tanto, utilizei o referencial metodológico da pesquisa participante, seguindo alguns de seus princípios. Os sujeitos do estudo foram dez conselheiros de dois conselhos locais de saúde de um município do sul do Brasil. A coleta de dados se deu através do grupo focal, e para a intervenção junto ao grupo utilizamos a metodologia proposta por Bordenave e Pereira (2002), a educação problematizadora, desenvolvida em seis encontros. Para a análise dos dados utilizamos a Análise Temática de Minayo (2000), construindo-se as seguintes categorias do estudo: concepções de participação, práticas participativas, fatores facilitadores e limitadores. Encontrou-se uma grande variedade de concepções de participação. Destas destacou-se a subcategoria Aprendizado, em que a participação é entendida como um processo que favorece o aprendizado, através da troca de diferentes saberes, transformando os envolvidos. Das práticas participativas concebidas neste estudo, a mais citada foi a participação em Conselhos de Saúde, talvez por ser a mais vivenciada no momento pelos participantes. Como Fatores Facilitadores da participação destacou-se a subcategoria Pessoalidade no Convite o que favoreceu o desenvolvimento de estratégias para mobilizar a comunidade. Dos Fatores Limitadores o mais citado foi a Falta de Compromisso dos usuários, o que nos levou a identificar os pontos-chave para intervenção. Embora os avanços do SUS sejam inegáveis, ainda estamos longe de consolidá-lo, o que caracteriza a importância da continuidade deste trabalho para sua efetivação, através da Estratégia de Saúde da Família (ESF).

ASSUNTO(S)

family health saúde da família familia - saude e higiene community participation saude coletiva health promotion promoção da saúde participação comunitária

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