Concentrações salivares de cortisol, desidroepiandrosterona (DHEA) e variáveis psicológicas em pacientes com ulceração aftosa recorrente

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/12/2011

RESUMO

A ulceração aftosa recorrente (UAR) é uma das doenças mais prevalentes da mucosa bucal, mas o mecanismo que desencadeia seu desenvolvimento permanece desconhecido. Alterações psicológicas como ansiedade e estresse têm sido investigadas e parecem exibir, em alguns pacientes, associação com a doença. O estresse promove desregulação do sistema imune e está relacionado a elevação dos níveis de cortisol e diminuição dos de desidroepiandrosterona (DHEA). No presente estudo, foram investigados níveis de estresse e de ansiedade empacientes com UAR, bem como as concentrações salivares dos hormônios cortisol e DHEA. A amostra foi constituída por 60 indivíduos de ambos os sexos, com idades entre 18 e 50 anos, distribuídos em dois grupos: 30 pacientes com UAR e 30 pacientes sem histórico da doença, emparelhados por sexo e idade. Para a investigação dos sintomas de estresse foi utilizado o Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL) e para a ansiedade, o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI). As amostras de saliva foram coletadas pela manhã, à tarde e à noite, no mesmo dia. No grupo-caso, as coletas foram realizadas em dois momentos, em presença e após a remissão das lesões. As concentrações salivares de cortisol e DHEA foram analisadas em duplicata por radioimunoensaio com Kit analítico específico para cada hormônio. Os pacientes-caso exibiram escores de ansiedade (p=0,001) mais elevados, além de prevalência superior de estresse (p=0,004). No grupo-caso, os níveis de cortisol foram significativamente superiores em presença de lesão, nos turnos da manhã (p=0,008) e da tarde (p=0,001), quando comparados à fase de remissão da UAR. O ratio cortisol/DHEA também foi superior nos pacientes-caso em presença de lesão quando comparado à fase de remissão, no turno da tarde (p=0,007). Não houve diferença significativa quanto aos níveis de DHEA entre os grupos analisados. Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que, na amostra investigada, o estresse e a ansiedade são mais elevados em pacientes com UAR. Nestes indivíduos, os níveis de cortisol salivar aumentam em presença de lesão, mas não diferem quando comparados aos de pacientes sem a doença. Os níveis de DHEA não diferem em pacientes com UAR em presença ou em remissão de lesão, nem quando comparados aos de pacientes-controle. Outros estudos são necessários no sentido de elucidar se o estresse e a ansiedade, bem como se a 7 elevação dos níveis de cortisol exercem influência na etiopatogênese da ulceração aftosa recorrente.

ASSUNTO(S)

odontologia patologia bucal afta hidrocortisona estresse odontologia ansiedade

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