Comparação entre dois serviços de atendimento pré-hospitalar móvel a pacientes traumatizados / A comparison between two service of prehospital mobile care for trauma patients

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/02/2012

RESUMO

Introdução: O atendimento pré-hospitalar (PH) no Brasil encontra-se em fase de implantação e expansão. Os estudos sobre os impactos desta política pública de saúde não estão estabelecidos, principalmente após a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192. Associado a isto, há em vigência outros sistemas de atenção pré-hospitalar (APH), alguns públicos, como o Grupamento do Corpo de Bombeiros (CB), gerando em algumas localidades a duplicidade de serviço. Objetivo: Analisar a qualidade da atenção prestada e a gravidade da população atendida utilizando-se os índices de trauma, o tempo resposta para atendimento e a mortalidade, para comparação dos serviços de atendimento PH (SAMU 192 e CB) de uma microrregião predefinida. Método: Estudo descritivo, no qual foram utilizados dados de fontes secundárias com transcrição de informações específicas (prontuários), avaliando 850 pacientes no ano de 2007, numa cidade do interior de São Paulo, atendidos num único hospital de referência. Resultados: O gênero masculino foi o mais prevalente (67,5%). A média da idade foi de 38,5 ± 18,5 anos. Com relação à utilização dos sistemas de PH, a maioria dos pacientes foi atendida pelo SAMU (62,1%). O mecanismo de trauma mais frequente foi o motociclístico (32,7%), atendidos predominantemente pelo CB, seguido por quedas (25,8%). Quanto ao tempo resposta o CB apresenta os menores índices. Da evolução dos pacientes, 82,6% tiveram alta da unidade de urgência após avaliação médica e 15,5% necessitaram de internação. Com relação à gravidade dos doentes, foi encontrada uma média da Escala de Coma de Glasgow de 14,7 ± 1,3. O ISS foi de 3,8 ± 5,9, RTS de 7,7 ± 0,7, e TRISS de 97,6 ± 9,3. A análise dos dados não revela diferenças estatísticas de mortalidade entre os grupos estudados (1,5% no SAMU e 2,5% no CB). Os índices de trauma comprovaram uma maior gravidade entre as vítimas fatais. Conclusão: As vítimas de traumatismo foram predominantemente jovens e do gênero masculino; o mecanismo de trauma envolvendo motociclistas foi responsável pela maioria dos atendimentos; o CB atendeu mais rápido que o SAMU; e não houve diferença estatística entre o atendimento do SAMU e do CB referente aos índices de gravidade e mortalidade. Esses fatores levam a refletir que o modelo de APH adotado no Brasil precisa de ajustes, e o trabalho integrado pode ser útil para melhorar a qualidade do atendimento aos traumatizados.

ASSUNTO(S)

trauma epidemiologia serviços medicos de emergencia trauma epidemiology emergency medicinal serices

Documentos Relacionados