Clinical and endoscopic evolution of portal hypertension in children and adolescents : the experience of a tertiary service / Evolução clinica e endoscopica da hipertensão portal em crianças e adolescentes : experiencia de um serviço terciario

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A história natural da hipertensão portal (HP) é pouco conhecida em crianças e dados relacionados à evolução em longo prazo são escassos. O objetivo desse estudo foi descrever a evolução endoscópica da HP em 98 pacientes (0 a18 anos) admitidos no Hospital de Clínicas da UNICAMP, no período de março de 1986 a dezembro de 2006 e seguidos, em média, por 6,4 anos. Estudo descritivo e longitudinal. Dados coletados por meio de revisão de prontuários. Analisadas informações referentes a gênero; idade; etiologia; avaliações clínicas, laboratoriais e endoscópicas; tratamentos clínico, endoscópico e cirúrgico da hipertensão portal; complicações do tratamento endoscópico; episódios de hemorragia digestiva alta; evolução das varizes esofagogástricas e da gastropatia da hipertensão portal; causas de óbito. Realizada análise estatística descritiva, comparação de proporções Qui-Quadrado ( c2) com Correção de Yates ou o método Exato de Fisher, comparação entre grupos Teste T (de Student) com Correção de Welch. O nível de significância estabelecido foi p0,05. A maioria dos pacientes era do gênero feminino (58,2%). A causa mais comum de HP foi obstrução da veia porta extra-hepática (OVPEH) (44,9%), seguida pelas doenças que evoluem para cirrose (40,8% dos pacientes). A idade mediana à admissão foi de 4,3 anos. Os sinais endoscópicos de risco de sangramento à admissão, o antecedente de HDA e sua ocorrência durante o seguimento foram mais frequentes nos pacientes não cirróticos (p= 0,0001, p= 0,0001 e p= 0,0015, respectivamente). Cerca de 40% (3998) dos pacientes, em sua maioria cirróticos, não apresentaram HDA durante o seguimento. A profilaxia endoscópica primária associou-se a período livre de sangramento digestivo significativamente mais longo (p= 0,036) no grupo de cirróticos. A erradicação das varizes de esôfago, em cirróticos e não cirróticos, associou-se a diminuição do risco de sangramento dessas varizes (p= 0,0001) e não ocasionou aumento quantitativo de varizes gástricas (p=0,12) e(ou) gastropatia da hipertensão portal (p= 0,87). No entanto, ocorreu aumento do número de episódios de sangramento de origem gástrica. Após tratamento para erradicação ou redução do risco de sangramento, 3342 (78,5%) pacientes foram seguidos por um período superior a 1 ano. Os sinais de risco de sangramento reapareceram em 72,7% dos pacientes, em média 16,2 meses após interrupção do tratamento endoscópico. O óbito foi mais frequente entre os cirróticos (p= 0,001). Em conclusão, os sinais endoscópicos de risco de sangramento e a frequencia de HDA predominaram entre os não cirróticos. A profilaxia endoscópica primária foi mais efetiva entre os cirróticos. O tratamento endoscópico é eficaz para diminuição dos sinais de risco de sangramento de varizes de esôfago, porém há um alto índice de recidiva desses sinais e aumento dos episódios de HDA por variz gástrica e gastropatia da HP após erradicação das varizes de esôfago. A mortalidade foi superior entre os cirróticos.

ASSUNTO(S)

endoscopia endoscopy varizes esofagicas e gastricas esophageal gastric varices

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