Cirurgia endoscópica transnasal da região selar: estudo dos primeiros 100 casos

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Neuro-Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-09

RESUMO

A abordagem neuroendoscópica transnasal para a sela túrcica foi realizada em 100 pacientes consecutivos com um seguimento variando entre 3 e 55 meses: 57 mulheres e 43 homens, com idade compreendida entre 14 e 70 anos; 76 eram adenomas hipofisários: 22 acromegálicos (7 microadenomas e 15 macroadenomas), 21 adenomas não secretores (3 microadenomas e 18 macroadenomas), 19 doença de Cushing (11 microadenomas e 8 macroadenomas), 10 prolactinomas (6 microadenomas e 4 macroadenomas), 4 adenomas secretor de LH (4 macroadenomas). A remissão da sintomatologia foi conseguida em 44,8% para os macroadenomas (60% para acromegalia, 27,7% para os adenomas não secretores, 50% para os pacientes com doença de Cushing, 50% para os prolactinomas, e 50% para os adenomas secretantes de LH), e 81,4% para os microadenomas (85% para acromegalia, 100% para os adenomas não secretores, 81,8% para os pacientes com doença de Cushing, e 66% para os prolactinomas). Na série tivemos ainda quatro craniofaringeomas, quatro mucoceles esfenoidal, três aspergilose esfenoidal, e um caso de cada uma das patologias seguintes: cisto de Rathke, hipofisíte, aneurisma da carótida cavernosa, encefalocele, meningeoma intraselar, tuberculoma intra-selar e displasia fibrosa esfenoidal. Na série encontramos ainda seis fístulas liquóricas que foram todas fechadas através dessa via. A mortalidade foi de 2%, um paciente de 57 anos com um adenoma gigante não produtor e um outro paciente de 38 anos com um volumoso craniofaringeoma predominantemente cístico. Como complicações tivemos duas meningites pós-operatórias curadas com antibioticoterapia e três fístulas pós-cirúrgica que foram reoperadas. Dois pacientes desenvolveram diabetes insípidus permanente. As vantagens desta técnica são representadas por um acesso mais fácil, melhor iluminação e visualização da lesão, mais fácil distinção entre tumor e hipófise normal, redução do tempo de hospitalização e dos custos hospitalares. As desvantagens são a diminuição da profundidade de campo, a necessidade de constante controle do endoscópio e a necessidade de maior experiência com as técnicas de endoscopia.

ASSUNTO(S)

adenoma aspergilose complicações endoscopia hipófise mucocele seio esfenoidal sela túrcica

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