Caracterização epidemiológica dos microrganismos presentes em jalecos dos profissionais de saúde

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/11/2011

RESUMO

A identificação de possíveis reservatórios de microrganismos nos estabelecimentos de saúde consiste em uma importante medida de prevenção para sua disseminação. Objetivou-se determinar as características epidemiológicas de microrganismos presentes em jalecos de profissionais de saúde de um hospital geral. Tratou-se de um estudo transversal, realizado entre janeiro e agosto de 2011 em um hospital geral de Divinópolis. Foram incluídos no estudo os profissionais de saúde de unidades de internação da clínica médico-cirúrgica. O critério de inclusão dos participantes foi realizar atividade assistencial direta a pacientes. Utilizou-se um questionário composto de questões fechadas referentes a perfil demográfico, comportamento e conhecimento dos profissionais de saúde. Após a realização da entrevista, procedeu-se a coleta das amostras microbiológicas dos jalecos no bolso e região do abdômen, por meio da técnica de rolagem de swabs. As amostras coletadas foram cultivadas em meios Agar sangue de carneiro, Agar MacConkey, Agar Manitol salgado, Agar Sabouraud e caldo tioglicolato a 35°C por 72 horas. Os isolados foram submetidos à identificação das espécies por método automatizado e submetidos ao antibiograma pelo método de difusão de discos. As análises foram realizadas no laboratório de análises clínicas e microbiológicas da instituição em questão. Utilizou-se a estatística descritiva, com o cálculo das frequências absoluta e relativa. As diferenças estatísticas foram avaliadas por meio do teste qui-quadrado de Pearson, utilizando-se nível de significância de 5% (p <0,05). Participaram do estudo 100 profissionais, distribuídos nas categorias equipe de enfermagem (76,0%) e médicos/fisioterapeutas (24,0%). O turno de trabalho da maioria dos entrevistados foi diurno (57,0%). Quanto ao comportamento dos profissionais, 90,0% afirmaram que circulam com o jaleco em áreas externas às unidades de internação (refeitório, lanchonete), serviços de apoio assistencial e áreas administrativas. A maioria dos profissionais relatou o hábito de trocar o jaleco a cada plantão (68,0%). No que se refere ao motivo pelo qual utilizam o jaleco, 83,0% citaram proteção individual. Dos profissionais que trabalham em outros locais da área da saúde, 41,2% utilizam o mesmo jaleco em instituições distintas. Acreditam que o jaleco pode conter microrganismos, 98,0%. As amostras positivas, com recuperação de microrganismos, representaram 51,0% no bolso e 43,0% na região do abdome. Os Staphylococcus spp foi o gênero predominante em ambas as áreas analisadas. Os Enterococcus faecalis e o Acinetobacter baumannii foram predominantes na região do abdome. Os Staphylococcus coagulase negativa foram resistentes à oxacilina; o Acinetobacter baumannii, a aminoglicosídeos, cefalosporinas e quinolonas; e o Enterococcus faecalis, a aminoglicosídeos e quinolonas. Em relação à contaminação por Staphylococcus coagulase negativa nas áreas analisadas, observou-se diferença significativa (p<0,05) para as variáveis frequência de troca do jaleco, idade e profissão. Concluiu-se que os jalecos de profissionais de saúde são contaminados por microrganismos de relevância epidemiológica, contribuindo, dessa forma, para a possível disseminação de patógenos entre diferentes pacientes e ambientes. Sugere-se o investimento em programas de educação permanente voltados para os aspectos de biossegurança, higienização das mãos, o papel do ambiente e inclusão do jaleco como potencial reservatório de microrganismos.

ASSUNTO(S)

enfermagem teses enfermagem decs infecção hospitalar/transmissão decs roupa de proteção/microbiologia decs contaminação decs pessoal de saúde decs questionários decs pesquisa qualitativa decs staphylococcus decs humanos decs infecção hospitalar/microbiologia decs dissertações acadêmicas decs

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