Características de disfunção temporomandibular e qualidade do sono em portadores de fibromialgia / Features of temporomandibular disorders and sleep quality in patients with fibromyalgia

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/09/2011

RESUMO

A fibromialgia (FM) é uma síndrome reumática, de origem desconhecida, caracterizada por quadros de dor musculoesquelética difusa e crônica. A prevalência desta condição é bastante significativa e vem sendo relatada alta associação desta à disfunção temporomandibular (DTM). O objetivo deste trabalho foi determinar dentro do grupo de pacientes com FM: (I) a influência da associação da DTM e FM na qualidade do sono, avaliando a correlação da severidade da dor facial com o sono, como também grau de sonolência diurna; (II) determinar a prevalência de DTM, as principais características desta manifestação relatando sinais e sintomas mais presentes em FM. Para isto 40 mulheres portadoras de FM (idade média 53,5 ± 9,2) e 40 mulheres livres de FM e de dor crônica (GC) (idade média 51,5 ±11,5) foram selecionadas para análise comparativa por meio de três questionários: RDC/TMD para diagnóstico de DTM, Índice de Qualidade de sono de Pittsburgh (PSQI) e escala de sonolência de Epworth (ESS), para avaliação do padrão de sono. A análise estatística foi feita através do teste de Mann-Whitney para as variáveis ordinais, T de Student para as variáveis quantitativas de pontuações totais do PSQI, ESS e classificação de dor crônica, Teste de correlação de Spearman para avaliar a correlação entre dor facial e qualidade do sono e o teste exato de Fischer para análise das demais variáveis. Os resultados apontaram que 85% dos pacientes de FM relataram dor facial comparado a 10% do GC. O diagnóstico de DTM muscular foi muito mais prevalente em FM (77,5%) sendo estatisticamente significante a diferença entre os grupos (<0,0001). Já para deslocamento de disco, artralgia, osteoartrite e osteoartrose, não houve diferença significativa (>0,05). A presença de dor muscular durante movimentos mandibulares foi significativamente maior no grupo das portadoras de FM (<0,0001). Não houve diferença entre os dois grupos quanto à presença de ruídos articulares em movimentos excursivos e não excursivos (p= 0,654 e p= 0,359, respectivamente). A limitação de abertura bucal foi dez vezes mais prevalente no grupo de FM (p= 0,007). Presença de rangido e apertamento diurno foram significativamente maiores no grupo FM (p= 0,013) enquanto que a presença de rangido e apertamento noturno foram iguais para ambos os grupos (p= 0,062). Quanto avaliação dos padrões de sono o grupo de FM apresentou qualidade baixa de sono com média de pontuação de 12,72 PSQI vs 4,62 no GC. A sonolência diurna excessiva esteve presente em 21,3% da amostra do grupo FM sendo mais prevalente em FM (p<0,001). A associação entre DTM e FM não promoveu piora do sono (>0,05), mas foi observado que há uma correlação moderada entre aumento da dor facial e piora na qualidade do sono (p<0,0001; r = 0,569). Foi observado que sinais como ruídos articulares e auto-relato de apertamento noturno não estão associados à FM, enquanto que o auto-relato de hábitos parafuncionais diurno, dor muscular durante movimentos mandibulares, limitação de abertura bucal e alterações no padrão de sono são características presentes em pacientes portadores da FM

ASSUNTO(S)

síndrome da disfunção da articulação temporomandibular temporomandibular joint dysfunction syndrome

Documentos Relacionados