Calprotectina fecal: níveis para o diagnóstico etiológico em pacientes brasileiros com sintomas gastrointestinais

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-03

RESUMO

Contexto A calprotectina fecal é um biomarcador que pode fornecer informações importantes para o médico, inclusive no atendimento primário, no diagnóstico diferencial de distúrbios gastrointestinais, principalmente as doenças inflamatórias intestinais e a síndrome do intestino irritável. Objetivos Investigar prospectivamente, em adultos brasileiros com queixas gastrointestinais, o valor da calprotectina fecal como biomarcador para o diagnóstico diferencial de distúrbios funcionais e orgânicos e correlacionar as concentrações com a atividade de doenças inflamatórias intestinais. Método O estudo incluiu pacientes consecutivos que apresentavam queixas gastrointestinais e que a dosagem da calprotectina fecal foi recomendada. A dosagem da calprotectina fecal foi obtida utilizando-se o kit ELISA Buhlmann, (Basel, Suiça). Resultados Um total de 279 foram incluídos no estudo, com idade média de 39 anos (variando entre 18 a 78 anos). Após avaliação clínica e laboratorial, e considerando o diagnóstico final, os pacientes foram alocados nos seguintes grupos: a) Grupo Síndrome do Intestino Irritável: 154 pacientes (102 do sexo feminino e 52 indivíduos do sexo masculino). b) grupo Doenças Inflamatórias Intestinais: 112 pacientes; 73 com doença de Crohn; 38 do sexo feminino e 35 pacientes do sexo masculino; 52,1% (38/73) apresentavam doença ativa, e 47,9% (35/73) tiveram a doença em remissão e 39 pacientes com retocolite ulcerativa; 19 do sexo feminino e 20 pacientes do sexo masculino; 48,7% (19/39) classificadas com a doença ativa e 49,3% (20/39) com a doença em remissão. Foi observada uma diferença significativa (P<0,001) entre o valor médio de calprotectina fecal no grupo Síndrome do Intestino Irritável que foi de 50,5 µg/g (16 a 294 µg/g); 405 µg/g (29 a 1980 µg/g), em pacientes com doença de Crohn e 457 µg/g (25 a1430 µg/g), em pacientes com retocolite ulcerativa. Não foram observadas diferenças entre os valores encontrados nos pacientes com doença de Crohn e retocolite ulcerativa. Os níveis de calprotectina fecal foram significativamente menores nos pacientes com doenças inflamatórias intestinais em remissão, quando comparado com a doença ativa (P<0,001). Conclusão O presente estudo mostrou que a determinação da calprotectina fecal ajuda na diferenciação entre doenças inflamatórias intestinais ativas e inativas e entre doenças inflamatórias intestinais e síndrome do intestino irritável. Além disso, ela pode ser utilizada como um guia para classificar a atividade da doença, monitorar o tratamento, prever recaídas, e sugerir se os sintomas clínicos são da doença de base ou de alguma comorbidade funcional.

ASSUNTO(S)

marcadores biológicos gastroenteropatias, diagnóstico síndrome do intestino irritável doenças inflamatórias intestinais

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