Cádmio na cadeia alimentar: proveniente de vegetais e avaliação da sua disponibilidade no solo com auxílio do 109Cd / Cadmium in food chain: derived from vegetables and evaluation of its availability in soil with the aid of 109Cd

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/06/2011

RESUMO

A contaminação do ambiente é crescente no mundo, com grandes extensões de áreas afetadas por metais pesados em concentrações que podem representar perigo ambiental. Em face ao aumento da atividade industrial e à agricultura altamente tecnificada, é fundamental o monitoramento dos níveis de metais pesados nos solos, já que as plantas se comportam como mecanismo de transferência de contaminantes do solo para níveis mais altos da cadeia trófica. A ingestão de vegetais contendo elevadas concentrações de metais pesados é uma das principais vias de acesso desses elementos ao corpo humano. No corpo humano, os metais pesados depositam-se no tecido ósseo e gorduroso, ocupando o lugar de minerais nobres. Lentamente liberados no organismo, podem provocar uma série de doenças. O projeto foi dividido em três etapas, cada qual com um objetivo específico: 1º) determinar as concentrações de cádmio, níquel, chumbo, cobalto e cromo em vegetais frequentemente consumidos no Estado de São Paulo, e compará-las com os limites estabelecidos na legislação brasileira; calcular a ingestão diária de metais pesados para estimar o risco à saúde humana; identificar as culturas que apresentam maior potencial de translocação de cádmio para a cadeia alimentar 2º) avaliar os teores de cádmio em hortaliças e nos solos dos campos de produção 3º) avaliar a disponibilidade de cádmio do solo para as plantas com maior potencial de acúmulo do mesmo, com auxilio de extratores químicos e pela técnica de traçador radioativo (109Cd). As amostras vegetais foram coletadas na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo e a concentração de metais pesados foi determinada por espectrometria de absorção atômica. Todos os vegetais analisados apresentaram concentrações de Cd e Ni abaixo do limite tolerável estabelecido pela legislação brasileira. No entanto, para Pb e Cr, 44% das amostras excederam o limite permitido. Não há nenhuma recomendação estabelecida de limite máximo de tolerância para Co no Brasil. Quanto ao hábito de consumo da população do Estado de São Paulo, a ingestão diária de metais pesados está abaixo da máxima permitida, consequentemente o consumo desses alimentos pode ser considerado seguro e sem riscos à saúde humana. As hortaliças folhosas foram as que mais acumularam Cd. Algumas regiões do Estado de São Paulo apresentaram teores totais de Cd no solo acima do valor de intervenção estabelecido pela CETESB. Entretanto, os vegetais cultivados nesses locais apresentaram teores de Cd inferiores ao limite máximo de tolerância, estabelecido pela ANVISA. É importante, ao estudar a contaminação de áreas agrícolas por metais pesados, observar, além do teor total, outros parâmetros, como a sua disponibilidade para plantas. No experimento em casa de vegetação, as correlações entre o Cd disponível do solo e o Cd acumulado pelas plantas foram significativas somente para a rúcula. O extrator mais eficiente em determinar a fitodisponibilidade de Cd, analisado por meio do Valor L e Razão L, foi o extrator Ácidos Orgânicos

ASSUNTO(S)

daily intake elemento potencialmente tóxico hortaliças ingestão diária. traçador radioativo l ratio leafy vegetables potentially toxic element radioactive tracer razão l

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