Biological and psychosocial and social resources, and functionality in community-dwelling elderly / Condições de risco biologico e psicossocial, recursos psicologicos e sociais e fucionalidade em idosos residentes na comunidade

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Objetivos: Dois estudos independentes envolvendo duas amostras probabilísticas de idosos brasileiros residentes na comunidade (65 anos e mais) investigaram relações entre riscos associados à vulnerabilidade social relacionada a condições de gênero, idade e renda familiar; vulnerabilidade psicossocial indicada por depressão e experiências autorrelatadas de eventos estressantes; fragilidade biológica indicada pelo fenótipo de Linda M. Fried; e funcionalidade indicada por desempenho independente de atividades avançadas e instrumentais de vida diária. Adicionalmente, o Estudo 1 (N=624) investigou o efeito mediador de recursos sociais indicados por suporte social percebido e por arranjos de moradia, e o Estudo 2 (N=302) trabalhou sobre os efeitos mediadores dos recursos pessoais indicados por estratégias de enfrentamento e por percepção da eficácia do enfrentamento. Os estudos não foram comparativos, mas foram feitos em Campinas, Região Sudeste, e em Parnaíba, Região Nordeste, cidades com IDH-Ms contrastantes (respectivamente 0,852 e 0,674). Método: Em ambas as amostras houve prévia exclusão dos idosos que pontuaram abaixo da nota de corte ajustada por anos de escolaridade no Mini-Exame do Estado Mental, respectivamente 23,4% e 38,2% dos grupos. Os participantes foram recrutados em domicílio e submetidos a uma só sessão de coleta de dados num ambiente comunitário. Os instrumentos incluíram questionários; medidas observacionais de marcha e preensão; as versões brasileiras da Geriatric Depression Scale, do Elders Life Stress Inventory, do Minnesota Leisure Activity Questionnaire e da Interpersonal Support Evaluation List, e uma lista com 3 atividades instrumentais feitas fora de casa e 13 atividades avançadas de vida diária. Resultados: Em ambos os estudos, a funcionalidade apareceu correlacionada com renda familiar mais alta e com ausência de fragilidade e de depressão. Análises logísticas e hierárquicas do Estudo 1 revelaram que idosos com maior funcionalidade tinham maior probabilidade de terem de 65 a 69 anos e de terem níveis mais altos de renda familiar; de não terem fragilidade e depressão; de terem alto ou moderado nível de suporte social, e de viverem sozinhos ou apenas com o cônjuge. Análises similares no Estudo 2 mostraram relações robustas entre funcionalidade indicada por maior envolvimento social, alto nível de renda familiar e ausência de depressão, mesmo num cenário de grande e generalizada vulnerabilidade social. Embora fragilidade e depressão tenham se mostrado isoladamente relacionadas com a vivência de eventos estressantes e de seu enfrentamento, nas análises de regressão multivariadas em que entraram variáveis mais poderosas de risco e de proteção, elas não apareceram associadas com funcionalidade. Conclusões: Independentemente do nível de desenvolvimento social das duas cidades de onde provinham as amostras, recursos econômicos parecem ser poderosos fatores de risco e de proteção em relação à velhice bem-sucedida. Somente os recursos sociais mostraram-se como amortecedores dos efeitos dos riscos sobre a funcionalidade, uma vez que as estratégias de enfrentamento não se relacionaram com a melhoria desse desfecho. Limitações aos estudos e suas conclusões podem ser derivadas da ausência de comparações entre recursos sociais e psicológicos nas duas amostras, de seu diferente tamanho e de limitações dos instrumentos.

ASSUNTO(S)

depressão fragilidade fragility social envolvement envolvimento social idosos depression elderly stress estresse

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