Biodiversidade de fungos aflatoxigênicos e aflatoxinas em castanha do Brasil / Biodiversity of aflatoxigenic fungi and aflatoxins in Brazil nuts

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/12/2011

RESUMO

A castanha do Brasil (Bertholletia excelsa) é uma das mais importantes espécies de exploração extrativista da floresta Amazônica, sendo exportada para diversos países devido ao seu alto valor nutritivo. No entanto, os baixos níveis tecnológicos característicos de sua cadeia produtiva, considerada ainda extrativista e as condições inadequadas de manejo da matéria prima, favorecem o aparecimento de contaminação por fungos produtores de aflatoxinas, compostos tóxicos considerados cancerígenos para humanos. Este problema é um entrave para a comercialização do produto, principalmente no mercado externo, dado ao rigoroso controle de países europeus e Estados Unidos em relação aos níveis de toxinas presentes nos alimentos. Nestas condições, o presente trabalho teve por objetivo investigar a incidência de fungos em castanhas do Brasil e avaliar o potencial toxigênico dos isolados Aspergillus section flavi para a produção de aflatoxinas, bem como analisar a presença de aflatoxinas nesta matriz. Um total de 143 amostras provenientes dos Estados do Pará, Amazonas e São Paulo em diferentes etapas da cadeia produtiva da castanha foi analisado. A técnica utilizada para análise da infecção fúngica foi o plaqueamento direto em meio Dicloran 18% Glicerol. Os resultados foram expressos em porcentagem de infecção fúngica. Os isolados suspeitos foram purificados em meio Czapek extrato de levedura ágar e incubados a 25ºC/7 dias em diferentes temperaturas para a identificação das espécies. Para a análise do potencial toxigênico de cada isolado da seção flavi foi utilizada a técnica do ágar plug. Para a análise de aflatoxinas foi utilizada coluna de imunoafinidade para extração e limpeza das amostras e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência e detector de fluorescência acoplado ao sistema de derivatização Kobracell para detecção e quantificação das aflatoxinas. Dentre o total de amostras coletadas, aquelas provenientes das florestas foram as que apresentaram maior valor médio de atividade de água, assim como maior porcentagem de infecção fúngica quantificada e biodiversidade de espécies. Considerando todas as amostras avaliadas, foram no total 13.421 isolados de fungos filamentosos, sendo que as espécies mais incidentes foram Aspergillus flavus, Aspergillus nomius, Penicillium citrinum, Aspergillus tamarii, Syncephalastrum racemosum e Penicillium sp. Dentre as espécies encontradas, 450 isolados de Aspergillus nomius e 9 de Aspergillus parasiticus foram identificados e 100% apresentaram capacidade de produção de aflatoxinas AFB1, AFB2, AFG1, AFG2. Dos de 703 isolados de Aspergillus flavus, 63,5% apresentaram a capacidade de produzir aflatoxinas AFB1 e AFB2. A média de contaminação por aflatoxinas totais obtida foi de 7,17 µg/kg (ND-104,2 µg/kg), 1,13µg/kg (ND-7,44µg/kg) e 0,47 µg/kg (ND-0,2 µg/kg) para as amostras dos Estados do Pará, Amazonas e de São Paulo, respectivamente. Das 143 amostras coletadas, apenas 5 amostras excederam o limite máximo de aflatoxinas totais estabelecido pela União Européia e pela ANVISA (10,0ug/kg para castanhas do Brasil sem casca destinadas ao consumo direto para humanos)

ASSUNTO(S)

aflatoxinas castanha - brasil aspergillus section flavi aspergillus nomius aspergillus flavus aflatoxins brazil nuts aspergillus section flavi aspergillus nomius aspergillus flavus

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