Aves silvestres como portadoras de agentes infecciosos para humanos no município de Goiânia - Goiás / Wild birds as carriers of infectious agents to humans in Goiania, Goias, Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/04/2011

RESUMO

O estreitamento entre a população humana e os animais domésticos com animais silvestres aumentou a disseminação de agentes infecciosos para novos hospedeiros, sendo uma importante consequência, as zoonoses. Entre estes animais, estão as aves, que são reservatórios naturais, portadores e disseminadores de diversos agentes infecciosos, potencialmente patogênicos transmissíveis aos humanos. A disseminação pode ocorrer por meio de contato direto ou indireto com aves migratórias e provenientes do tráfico de animais silvestres. O objetivo foi detectar agentes virais, bacterianos e fúngicos, com potencial zoonótico em aves silvestres no município de Goiânia-Goiás. Foi conduzida uma revisão sistemática para avaliar com ênfase, o Estado de Goiás em relação a atuação das aves silvestres como portadoras de agentes infecciosos para humanos. Amostras de sangue e de swabs cloacais foram coletadas em 88 aves de distintas espécies, sendo a maioria, proveniente do tráfico e encaminhadas ao CETAS-IBAMA de Goiânia. As coletas foram realizadas em cinco incursões ao CETAS no primeiro semestre de 2010. As análises virais foram realizadas no Laboratório de Virologia Animal da UFG e as análises bacteriológicas e fúngicas no Laboratório de Microbiologia do SENAI em Anápolis. O sangue foi coletado em tubos sem anticoagulante para obtenção de soro e com o ensaio imunoenzimático indireto pesquisou-se anticorpos para os vírus influenza e causador da doença de Newcastle. As amostras de excreção cloacal foram coletadas por meio de swabs e realizouse o isolamento e identificação de fungos filamentosos, Candida spp, Salmonella sp e Escherichia coli. Na revisão sistemática, três artigos foram selecionados por meio de dois Testes de Relevância e a partir da interpretação destes estudos foi comprovado o papel das aves silvestres como portadoras e disseminadoras, a curta ou longa distância, de vários agentes infecciosos aos humanos e que não existem registros ou estudos sistemáticos sobre este processo no Estado de Goiás. Das 88 amostras analisadas, nenhuma apresentou anticorpos para os dois vírus pesquisados. As análises das amostras procedentes de swabs cloacais houve uma positividade de 9,1% para Candida tropicalis, 9,1% para Salmonella sp, 1,1% para Aspergillus fumigatus, 11,4% para Candida albicans, 12,5% para Candida krusei, 27,3% para Candida spp e 43,2% para Escherichia coli. Na revisão observou-se que novos estudos devem ser realizados, pois a distribuição destas zoonoses, possivelmente deve ser mais ainda mais ampla, inclusive em relação ao Estado de Goiás. Quanto aos resultados negativos para os agentes virais, estes sugerem que uma parcela das aves silvestres circulantes em Goiânia, ainda não entrou em contato com os agentes virais influenza e Newcastle, não sendo, portanto, portadoras destes patógenos. Em relação às identificações presuntivas de agentes bacterianos e fúngicos, em aves silvestres, estas confirmam a possibilidade da transmissão destes agentes entre os animais, incluindo os humanos. Além disso, este estudo reforça que ainda são incipientes as investigações desenvolvidas na área de zoonoses transmitidas por aves silvestres no Estado de Goiás, ressaltando a necessidade da continuidade destes estudos na região.

ASSUNTO(S)

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