Avaliação neuropsicológica de crianças com epilepsia rolândica : funções executivas / Neuropsychological assessment of children with rolandic epilepsy : executive functions

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/02/2012

RESUMO

A epilepsia benigna da infância com pontas centrotemporais (EBIPCT) ou rolândica (ER) é a forma mais freqüente de epilepsia na infância e é classificada como sendo focal, genética e de evolução benigna. Apesar de não haver déficit intelectual, essas crianças podem apresentar alterações cognitivas específicas. O presente estudo teve como objetivos: identificar e descrever alterações de funções executivas em crianças com ER e verificar a influência de variáveis clínicas da epilepsia nas funções executivas. Os participantes foram submetidos à aplicação de testes de funções executivas. Foram incluídas crianças com diagnóstico clínico e eletroencefalográfico de ER. A maioria dos pacientes estava controlada e muitos deles encontravam-se sem medicação. Os resultados obtidos foram comparados com os de um grupo de crianças de um grupo-controle (GC) constituído de indivíduos normais, com idade e nível sócio-educacional semelhantes ao das crianças com epilepsia. Os dados coletados nos dois grupos foram analisados e comparados através dos testes estatísticos: Mann-Whitney, teste Qui-quadrado e teste Exato de Fisher. Os resultados mostraram que quanto aos dados numéricos crianças com ER obtiveram pior desempenho em cinco das seis categorias consideradas do Wisconsin Card Sorting Test (WCST): nº de erros, nº de erros perseverativos, nº de respostas perseverativas, nº de categorias completadas e nº de fracassos em manter o set. Considerando-se resultados categóricos crianças com ER obtiveram pior desempenho no Trail Making Test (TMT) parte B, no Teste de fluência verbal FAS e em três categorias do WCST: nº de erros, nº de erros perseverativos e nº de respostas perseverativas. Em relação à variável idade de início da epilepsia, crianças com início mais precoce apresentaram pior desempenho em um dos instrumentos utilizados quando comparadas com crianças com início mais tardio da epilepsia; em relação às demais variáveis da epilepsia, não foi possível qualquer tipo de análise; quanto às variáveis das crises, não houve diferença nos resultados obtidos pelos pacientes divididos em grupos. Diante desses resultados concluímos que: as crianças com ER apresentaram déficit em funções executivas quando comparadas com o grupo-controle; a bateria utilizada mostrou-se adequada para detecção das disfunções apresentadas pelas crianças com ER; em relação à variável da epilepsia idade de início, crianças com início mais precoce apresentaram pior desempenho do que crianças com início mais tardio da epilepsia; em relação às demais variáveis da epilepsia e às variáveis das crises, não houve diferença entre os dois grupos. Assim, nosso estudo segue a linha de raciocínio de que o termo benigno deve ser usado com cautela uma vez que nossos pacientes apresentaram déficits neuropsicológicos em funções. executivas, independentemente da fase ativa da epilepsia e do uso de medicações

ASSUNTO(S)

epilepsia rolândica crianças cognição epilepsia - psicologia rolandic epilepsy children cognition epilepsy

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