Avaliação in-vitro da atividade antimicrobiana e da propriedade antiaderente do xilitol

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Recentes pesquisas demonstram que o xilitol, além de poder ser utilizado como um ingrediente alimentar, possui várias aplicações clínicas, sendo indicado para tratar diabetes, lesões renais e parenterais, bem como para prevenir otite, cáries dentárias, infecções pulmonares e osteoporose. Na literatura científica, há alguns relatos da atuação antiaderente do xilitol sobre diversas bactérias. Atualmente, com a emergência de microrganismos resistentes aos antimicrobianos convencionais, torna-se essencial a intensificação de pesquisas de novas estratégias para se prevenir e/ou tratar doenças ocasionadas pela presença destes patógenos. Uma abordagem promissora se baseia no conhecimento da aderência de microrganismos a diferentes superfícies, tanto no hospedeiro (in vivo) quanto em materiais médico-hospitalares, e de mecanismos que possam impedir essa colonização. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antimicrobiana e a propriedade antiaderente do xilitol frente às cepas bacterianas Escherichia coli ATCC 8739, Escherichia coli clínica (EPEC), Salmonella enterica sorotipo Typhimurium clínica, Shigella flexneri ATCC 12022, Shigella flexneri clínica e Pseudomonas aeruginosa ATCC 9027. Foram realizados o teste de atividade antimicrobiana, para determinação da concentração inibitória mínima (CIM), e o teste de aderência, no qual os parâmetros: crescimento no meio de cultivo, número de unidades formadoras de colônias desprendidas e avaliação das lamínulas por microscopia eletrônica de varredura (MEV) foram analizados. Foi constatado que o xilitol, nas concentrações 0,5%; 2,5% e 5,0%, não possui atividade antimicrobiana sobre as cepas testadas. No entanto, foi demonstrada a inibição da aderência tanto pelas contagens dos bacilos desprendidos quanto pelas microfotografias obtidas por MEV. Para as concentrações de xilitol 0,5%; 2,5% e 5,0% foram desprendidos, respectivamente, 89 6; 187 12 e 257 30 bacilos (E.coli ATCC 8739); 198 28; 282 20 e 311 30 bacilos (E.coli clínica - EPEC); 65 4; 23 2 e 31 1 bacilos (S. enterica sorotipo Typhimurium clínica); 131 3; 120 6 e 58 6 bacilos (S. flexneri ATCC 12022); 779 15; 146 2 e 56 6 bacilos (S. flexneri clínica); 2259 130; 2990 130 e 5330 0 bacilos (P. aeruginosa ATCC 9027). Para todas as cepas testadas, os resultados revelaram que a inibição da aderência microbiana, observada nas lamínulas tratadas com xilitol, é provavelmente o mecanismo de ação deste composto. Este trabalho confere ao xilitol um maior valor agregado, torna-se uma biomolécula adequada para ser usada como adjuvante terapêutico para a prevenção e/ou tratamento de uma série de infecções recorrentes

ASSUNTO(S)

prevenção e controle genetica aderência bacteriana bactérias xilitol bacterial adhesion bacteria prevention and control xylitol

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