Avaliação dos sistemas de informações sobre nascidos vivos e óbitos no Brasil na década de 2000

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-10

RESUMO

Resumo No Nordeste brasileiro, a morte por fogo é uma ameaça onipresente e banalizada entre mulheres empobrecidas. Este estudo antropológico descreve a experiência do sofrimento de ser queimada. Em 2009, foram investigados seis casos “ricos em informação” no Centro de Queimados, Fortaleza, Ceará, Brasil. Entrevistas etnográficas abertas com informantes-chave, narrativas de experiências vividas e observação participante na clínica e no domicílio foram realizadas. Utilizamos os métodos Análise de Conteúdo, Sistemas de Signos, Significados e Ações e Interpretação Semântica Contextualizada. Revelou-se que as metáforas emergentes são carregadas de significância cultural da “monstruosidade” e da violência de gênero pelo fogo – inscrita impiedosamente no corpo feminino. O “acidente por combustível” (álcool) esconde a cruel realidade de “carne crua e torrada”. A cicatriz é capaz de desfigurá-las em “não-pessoas”, maculando sua reputação moral e gerando a rejeição social. No Nordeste brasileiro, a vulnerabilidade social provocada pela sequela da queimadura exige uma política de humanização do cuidado.

ASSUNTO(S)

queimaduras estigma social vulnerabilidade social antropologia

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