Avaliação dos conhecimentos em nutrição clínica na residência médica / Appraisement of clinical nutrition knowledge in medical residency

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/07/2011

RESUMO

Introdução: A desnutrição está associada com diminuição das funções: muscular, respiratória e imunológica, afetando a qualidade de vida e causando dificuldade de cicatrização de feridas. Sendo assim, o conhecimento médico destes tópicos é de suma importância. Objetivo: Verificar o nível de conhecimentos sobre terapia nutricional de médicos residentes de um hospital universitário. Método: Trata-se de um ensaio clínico prospectivo, quantitativo e descritivo realizado por meio de questões fechadas em um hospital universitário. A amostra de sujeitos foi composta por residentes das especialidades clínicas e cirúrgicas, entre 24 a 35 anos de idade. A amostra foi de 100 residentes e apenas 67 participaram da pesquisa. Na coleta de dados utilizaram-se dois questionários, um de investigação da área profissional referente à terapia nutricional (TN) e outro de conhecimentos básicos em TN, aplicada entre 2009 e 2010 Este questionário já foi validado na Dinamarca. Resultados: Dos 67 sujeitos observou-se que 41,8% fazem avaliação nutricional admissional; 43,3% não procedem à avaliação nutricional durante a hospitalização; somente 43,3% registram a ingestão alimentar dos doentes e 31,3% registram o peso na admissão e alta do doente. A TN adequada foi insuficiente para 46,3%. Um ou dois dias foi o tempo aceitável para o doente permanecer com infusão intravenosa de solução glicosada ou isotônica para 46,3% dos sujeitos e 38,8% responderam menos de cinco dias. A perda de peso de 5% antes da TN foi aceitável para 32,8% e de 10 % para outros 32,8%. Em situações específicas foram questionados se a nutrição enteral (NE) e/ou parenteral (NP) deveria ser restrita ou não, e não houve restrição na doença terminal para 41,8%, na neoplasia não terminal para 76,1%, em doentes com mais de 80 anos para 61,2%, na insuficiência hepática para 50,7%, na insuficiência renal para 62,7% e nos diabéticos para 74,6% e na demência houve restrição de NP (50,7%) dos entrevistados. Consideraram em uma escala de 1 (não documentada/avaliado) a 5 (bem documentada/avaliado) que o doente devidamente documentado/avaliado (5), teria menos complicações pós-operatórias para 56,7%, menos infecções para 53,7%, era mobilizado precocemente para 29,9%, com menor tempo de permanência para 40,3% e menor mortalidade para 40,3%. O uso de analgésicos foi baixo para 52,3 %. A nutricionista foi apontada como responsável no enfoque dos problemas nutricionais (50,7%), na otimização da dieta (50,7%) e na sugestão de dieta específica (44,8%). O médico foi apontado como responsável pela avaliação nutricional (49,3%) e a enfermeira pela monitorização da ingestão alimentar (41,8%). A barreira específica para o uso de NE e NP foi a resistência à passagem da sonda (24,5%) e complicações (28,4%) respectivamente. Não houve diferença nas respostas obtidas dos residentes de outras instituições. A média de respostas erradas no questionário (16 questões) de conhecimentos básicos em nutrição foi de mais de 50%. Conclusão: Este estudo demonstrou, de forma clara, que não existiu, na amostra pesquisada, preocupação adequada com a nutrição dos doentes e também não se percebeu definições de responsabilidades entre os responsáveis da equipe médica

ASSUNTO(S)

nutrição avaliação nutricional terapia nutricional cirurgia nutrition nutrition assessment nutrition therapy surgery

Documentos Relacionados