Avaliação do efeito do extrato seco de Spirulina sp nas celulas progenitoras da medula ossea de camundongos infectados com Listeria monocytogenes

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Neste trabalho foi investigado o efeito imunomodulador do extrato seco de Spirulina sp sobre o crescimento e diferenciação de precursores hematopoéticos de granulócitos-macrófagos (CFU-GM) na medula óssea e no baço de camundongos BALB/c infectados com Listeria monocytogenes. Alterações no peso do baço e na resistência dos animais à infecção também foram estudadas. Foram testadas quatro doses do extrato de Spirulina sp: 50, 150, 200 e 300 mg/kg/dia, administradas por via oral aos animais. Três protocolos de tratamento foram utilizados para avaliar os efeitos da alga sobre a resistência de camundongos infectados intraperitonealmente com uma dose letal Listeria monocytogenes (6x104 bactérias/animal). No primeiro protocolo, animais infectados foram pré-tratados por 7 dias com as diferentes doses do extrato. No segundo, doses de 150 e 200 mg/kg/dia foram administradas aos animais por 14 dias consecutivos, sendo que a suspensão de bactérias foi inoculada no 7° dia de tratamento. No terceiro protocolo, os animais foram submetidos a um pós-tratamento de 7 dias com essas mesmas doses de extrato. Para avaliação dos parâmetros hematopoéticos foi utilizado apenas o protocolo de pré-tratamento e os animais foram sacrificados 24, 48 e 72 h após inoculação intraperitoneal de uma dose subletal de Listeria monocytogenes (1x105 bactérias/animal). Animais infectados com uma dose subletal de Listeria monocytogenes apresentaram um decréscimo significativo no número de CFU-GM da medula óssea 48 e 72 h após a infecção. Esse efeito foi acompanhado por um aumento no número dessas células no baço assim como no peso deste órgão. Todas as doses de Spirulina utilizadas protegeram contra a mielossupressão provocada pela bactéria, porém um aumento estatisticamente significativo neste parâmetro foi obtido para as doses de 150 e 200 mg/kg/dia em relação ao controle e às outras doses. Estimulação da mielopoese também foi observada nos grupos de animais normais (não infectados) tratados por 7 dias com 150 e 200 mg/kg/dia de Spirulina em relação aos outros grupos. Além disso, o pré-tratamento dos animais infectados com todas as doses avaliadas inibiu o desenvolvimento da esplenomegalia e da hematopoese esplênica. Nenhuma alteração foi observada no baço dos animais apenas tratados. Empregando-se esse mesmo protocolo de pré-tratamento, as doses de 150 e 200 mg/kg/dia também aumentaram a resistência de camundongos letalmente infectados com Listeria monocytogenes, concordando com os resultados obtidos na avaliação dos parâmetros hematopoéticos. Quando o tratamento foi prolongado para 14 dias com essas mesmas doses de extrato e os animais infectados no 7o dia de tratamento, observou-se um aumento estatisticamente significativo de 35% e 30% na probabilidade de sobrevida dos animais infectados que receberam 150 e 200 mg/kg/dia da alga, respectivamente. No entanto, nenhuma alteração no tempo de sobrevida de animais infectados foi observada com o protocolo de pós-tratamento por 7 dias com 150 e 200 mg/kg/dia de extrato de Spirulina sp. Estes resultados apontam para um efeito imunoestimulante da alga quando utilizada profilaticamente e sugerem que o aumento na resistência do hospedeiro à infecção depende, em parte, do protocolo utilizado. Neste sentido, a administração do extrato seco de Spirulina sp previamente à infecção parece ser fundamental para aumentar a resistência imunológica do hospedeiro, provavelmente devido à estimulação da geração de precursores hematopoéticos de granulócitos e macrófagos, críticos para a defesa inicial do organismo contra a infecção bacteriana

ASSUNTO(S)

listeriose listeria monocytogenes

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