Avaliação do efeito do extrato etanólico bruto de Harpagophytum procumbens em camundongos infectados com Toxocara canis

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/02/2012

RESUMO

A Síndrome da Larva Migrans Visceral (SLMV) é uma parasitose, causada pelo Toxocara canis, um dos helmintos mais freqüente em cães. Nos hospedeiros definitivos, se apresentam em diferentes formas morfológicas, ovos embrionados, adultos machos e fêmeas. Entretanto, nos hospedeiros não habituais (ex.: homem e roedores), apresentam-se apenas no estádio de larvas infectantes (L3) e não completam seu ciclo biológico. A infecção no homem ocorre pela ingestão acidental de ovos larvados, que no intestino delgado liberam as larvas infectantes (L3), as quais atravessam a mucosa intestinal e pela via linfática atingem a circulação porta e o fígado chegando aos pulmões. As larvas podem ainda atravessar ativamente a parede do intestino, iniciar um processo de migração errática através dos diferentes tecidos do hospedeiro. As principais características dessa doença na fase crônica são as eosinofilias sanguínea e tecidual e altos níveis de IgE sérica. A resposta imunológica do hospedeiro as larvas, ocorre durante a migração tecidual, onde as larvas liberam produtos antigênicos de secreção-excreção (TES) que as protegem contra a reação do hospedeiro. Os TES apresentam uma fração alergênica responsável pela estimulação da produção e liberação de eosinófilos. Neste contexto, a busca por novas ferramentas terapêuticas que promovam menos danos aos indivíduos acometidos pelo aumento sistêmico dos eosinófilos torna-se importante. Assim, neste estudo, avaliamos a atividade modulatória e anti-inflamatória da Harpagophytum procumbens contra eosinofilia utilizando o modelo de infecção experimental com T. canis SLMV. Nossos resultados demonstraram que o extrato da Harpagophytum procumbens possui efeitos anti-inflamatório diminuindo no infiltrado eosinofílico no sangue e lavados da peritoneal e broncoalveolar, nos diferentes períodos analisados. O efeito anti-inflamtório pode ser decorrente da capacidade do extrato de Harpagophytum procumbens diminuir a produção de fatores que favorecem a proliferação e ativação de eosinófilos (IL-5, IL-4 e IL-13) no período 18, estabelecido como o pico da eosinofilia. Além disso, nosso tratamento diminui a expressão das moléculas de adesão CD11b, CD11c no pico da eosinofilia durante a infecção por T. canis. A expressão da molécula CD40 por eosinófilos parece favorecer a sobrevida deste leucócito, todavia, serão necessárias outras investigações que contribuíam para o entendimento dos mecanismos pelos quais o extrato de H. procumbens pode interferir na migração dos eosinófilos para o sitio inflamatório neste modelo, uma vez que este evento é caracterizado como sendo ordem complexa e multifatorial.

ASSUNTO(S)

biotecnologia eosinófilos imunologia parasitologia tratamento harpagophytum procumbens toxocara canis slmv outros

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