Avaliação do desempenho, revisão e extensão do escore prognóstico de infecção do sítio cirúrgico do sistema NNIS (National Nosocomial Infections Surveillance) em hospitais brasileiros

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/12/2010

RESUMO

Introdução: o índice NNIS (National Nosocomial Infections Surveillance) é o escore prognóstico de infecção do sítio cirúrgico (ISC) mais utilizado no mundo, sendo seu desempenho muito variável de procedimento para procedimento. Objetivos: avaliar o benefício de se definir, para cada variável do índice NNIS, pontos de corte específicos do procedimento cirúrgico realizado, assim como avaliar o benefício da extensão dos modelos de risco de ISC pela incorporação de um indicador de vigilância extra-hospitalar. Método: foi conduzido estudo de coorte histórica aberta, de validação. Foram estudados pacientes operados entre janeiro de 1993 e maio de 2006 em cinco hospitais privados, não universitários, de Belo Horizonte e Contagem. A vigilância intra-hospitalar das ISC baseou-se em indícios de ISC e na inspeção direta das feridas. A vigilância extra-hospitalar foi por contato telefônico com o paciente, 30 dias após a cirurgia. As análises foram conduzidas dentro de categorias específicas de procedimento operatório NNIS: outras do aparelho geniturinário (n = 20723), outras do sistema tegumentar (n = 12408), outras do sistema musculoesquelético (n = 15714) e histerectomia abdominal (n = 11847). Amostras de desenvolvimento e de validação foram definidas de forma não aleatória. Nas amostras de desenvolvimento, pontos de corte alternativos para cada variável do índice NNIS foram definidos utilizando-se histogramas de distribuição, tabelas de contingência e árvores de decisão. Escores prognósticos de ISC alternativos ao índice NNIS foram definidos usando-se análise de regressão logística binária para seleção e ponderação das variáveis: i) os escores alternativos NNIS utilizaram as variáveis e os pontos de corte do índice NNIS, mas faixas de risco e taxas de ISC próprias; ii) os escores alternativos 1 utilizaram as variáveis do índice NNIS com pontos de corte alternativos; iii) os escores alternativos 2 estenderam os escores alternativos 1, incorporando uma variável indicadora de vigilância extra-hospitalar das ISC. Conduziu-se análise da sensibilidade dos coeficientes logísticos, comparando-se três métodos de estimação (assintótico, exato e assintótico corrigido). O índice NNIS e os escores alternativos foram aplicados às amostras de validação e comparado seu desempenho através de medidas de calibração (regressão de Cox), discriminação (área sob a curva receiver operating characteristic) e desempenho global (associação ordinal, tendência de grupos ordenados, escore de Brier e 2 do modelo). Resultados: o índice NNIS apresentou baixa discriminação, inadequada calibração e predições com alta variabilidade. Os escores alternativos NNIS associaram-se com desempenho variável em relação ao índice NNIS, dependendo da medida e do procedimento considerados. O benefício mais consistente foi em termos da calibração. Os escores alternativos 1 apresentaram desempenho discretamente melhor que o índice NNIS na maioria dos procedimentos e medidas analisados, especialmente quanto à calibração. Os escores alternativos 2 apresentaram desempenho sensivelmente melhor ao índice NNIS em todos os procedimentos e em quase todas as medidas, em termos de calibração, discriminação e desempenho global. Conclusões: os dados sugerem que o uso de faixas de risco e taxas de ISC próprias melhora a calibração do índice NNIS. A recategorização das variáveis do índice NNIS pode ainda melhorar a especificação do componente de risco intrínseco de ISC. Finalmente, o controle pela ausência de vigilância extra-hospitalar das ISC forneceu ajuste mais preciso do risco de ISC das amostras.

ASSUNTO(S)

medicina tropical. infecção da ferida operatória/epidemiologia decs controle de risco decs infecção hospitalar decs procedimentos cirúrgicos ambulatórios decs controle de infecções decs fatores de risco decs vigilância epidemiológica decs modelos epidemiológicos decs previsões decs tese da faculdade de medicina da ufmg

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