Avaliação de fatores associados à reoperação em pacientes reumáticos submetidos a cirurgia conservadora da valva mitral / Evaluation of factors associated with reoperation in rheumatic patients undergoing valve repair prior

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/07/2011

RESUMO

Introdução: A doença cardíaca reumática é a principal causa de doença valvar mitral no Brasil. A superioridade da plastia mitral na regurgitação mitral de etiologia degenerativa já tem sido demonstrada por vários estudos, mas ainda há poucos avaliando os resultados da plastia mitral na doença reumática. Objetivo: O objetivo foi avaliar fatores preditivos de risco para reoperação e mortalidade tardia em população de pacientes reumáticos submetidos à plastia da valva mitral. Material e Método: Este é um estudo retrospectivo. Variáveis clínicas, ecocardiográficas e técnicas cirúrgicas foram anotadas. Foram avaliados apenas pacientes submetidos a reparo da valva mitral exclusivamente, ou em conjunto com plastia da valva tricuspide. Para a análise de reoperação e sobrevida foram utilizadas curvas de Kaplan-Meier. Para a análise univariada das variáveis contínuas foi utilizado o teste t de Student ou Mann-Whitney dependendo do tipo de distribuição da amostra. Para as variáveis discretas foi utilizado o teste do Qui-quadrado. Resultados: Um total de 116 pacientes foram incluídos. O tempo de seguimento médio foi de 58,02 ± 45,33 meses. A idade média dos pacientes foi de 31,19 ± 12,72 anos. No pré-operatório 54,8% dos pacientes estavam em classe funcional I, 24,7% em classe II, 17,2% III e 3,2% em classe funcional IV. Não houve reoperação por sangramento na primeira cirurgia. A taxa de reoperação tardia foi de 12,9% (15 pacientes). A mortalidade cardíaca foi de 5,2% e a geral de 7,8% durante o seguimento tardio. A hipertensão pulmonar no pós-operatório esteve associada ao óbito (P<0,01). Na análise univariada os fatores preditivos de reoperação no pré-operatório foram: medida do átrio esquerdo (P=0,03) e o diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (P=0,01). Durante o seguimento os fatores preditivos de reoperação foram: medida do átrio esquerdo (P<0,01), diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (P<0,01) e a pressão sistólica da artéria pulmonar (P=0,02). Na análise de Kaplan-Meier a variável pré-operatório preditiva de reoperação foi o diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (P=0,01). No seguimento as variáveis preditivas de reoperação foram: a presença de hipertensão pulmonar (P=0,02), presença de insuficiência cardíaca (P<0,01) e a insuficiência mitral (P<0,01). Quanto às técnicas de plastia utilizadas a anuloplastia mitral exclusiva e a anuloplastia tricuspide mostraram maior ocorrência de reoperação (P<0,01 para ambas). A ocorrência de reoperação não esteve associada a menor probabilidade de sobrevida. Conclusão: Os pacientes submetidos a reparo da valva mitral tem fatores preditivos de reoperação no pré e no pós-operatório. Estes pacientes devem ser seguidos de forma mais cautelosa. O reparo da valva mitral e seguro em pacientes reumáticos e com boa sobrevida a longo prazo.

ASSUNTO(S)

febre reumatica valva mitral reoperação rheumatic fever mitral valve reoperation

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