Avaliação antropometrica e dietetica de mulheres na pos-menopausa

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Objetivo - Avaliar o estado nutricional e a ingestão dietética de mulheres na menopausa. Métodos: Um estudo de corte transversal foi conduzido para avaliar os perfis antropométrico e nutricional de 102 mulheres climatéricas, atendidas no Ambulatório de Menopausa do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas, Brasil. Todas as pacientes deram por escrito o consentimento livre e esclarecido antes de participarem do estudo. As pacientes foram entrevistadas por meio de um questionário estruturado que incluía variáveis sociodemográficas, história de doença prévia e medidas antropométricas. A média dos nutrientes avaliados na dieta foi obtida através de um questionário de freqüência alimentar e de um recordatório de 24 horas, aplicados por uma nutricionista. Os dados dietéticos foram processados usando-se o software Brand Brasil de Dietoterapia versão 28.44. A ingestão energética, a porcentagem de distribuição dos macronutrientes, cálcio, ácidos graxos saturados, poliinsaturados, monoinsaturados, ?3 e isoflavona foram estimados da média de ingestão. A distribuição relativa dos macronutrientes da dieta, em relação às calorias totais ingeridas e às calorias totais estimadas, foi analisada por valores estabelecidos pela Ingestão Dietética de Referência, 2002, com o Acceptable Macronutrients Distribution Ranges (AMDR). A média e o desvio padrão foram calculados em todas as variáveis. O teste não-paramétrico de Wilcoxon para amostras pareadas foi aplicado para comparar a ingestão de nutrientes com a recomendação dietética adequada. Os níveis de significância estatística foram estabelecidos abaixo de 0,05. RESULTADOS: A média de idade das pacientes foi 56 anos (DP=7,3), com tempo de menopausa maior que cinco anos (86%). A maioria das pacientes apresentava nível de escolaridade de até quatro anos (68%) e pertencia ao estrato socioeconômico baixo: classes C, D e E (80%). As doenças mais freqüentes foram: hipertensão arterial (54%), osteopenia/osteoporose (45%), obesidade (39,2%) e síndrome plurimetabólica (22%). Aproximadamente 72,5% da população tinham um IMC acima do normal e perfil andróide de distribuição de gordura. As mulheres consumiram proteína normal, carboidratos e lipídeos em excesso na dieta. Considerando-se a ingestão energética, os resultados indicaram que o total calórico ingerido foi acima do normal em 83,3% das pacientes. A porcentagem de distribuição dos macronutrientes mostrou-se inadequada em proteínas, carboidratos e lipídeos em 15,7%, 69,6% e 69,7% das pacientes, respectivamente. A ingestão de ácido graxo monoinsaturado foi significativamente aumentada quando comparada à ingestão recomendada. Não foram encontradas diferenças significativas na ingestão de ácidos graxos saturado e poliinsaturado. A ingestão de ácido graxo ?3 e isoflavona foi considerada insignificante quando comparada com a faixa recomendada para a maioria das pacientes. A ingestão de cálcio foi adequada em somente 7,8% das pacientes. Conclusão: Um alto IMC e a ingestão inadequada de macronutrientes e cálcio são fatores de risco para a saúde da população estudada. Isto focaliza a necessidade de orientação e reeducação nutricional para mulheres nesta faixa etária, para prevenir desordens crônicas e degenerativas que são comuns nesta população

ASSUNTO(S)

menopausa indice de massa corporal avaliação nutricional

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