Autoestima e qualidade de vida de mulheres submetidas à cirurgia oncológica de mama há pelo menos um ano. / Self-esteem and quality of life of women undergoing breast cancer surgery at least one year ago

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/12/2011

RESUMO

Introdução: atualmente, no Brasil, o câncer (CA) de mama é um problema de saúde pública, por constituir-se a neoplasia mais comum no sexo feminino, à exceção do CA de pele não melanoma. A confirmação diagnóstica provoca na mulher uma nova identidade, pois a mama é considerada símbolo da beleza corporal, da fertilidade, da feminilidade e da saúde em todas as etapas da vida. Quando há ameaça de perda deste órgão, a mulher, independente de sua faixa etária, sente que sua identidade feminina está sendo questionada, bem como sua capacidade para a amamentação e sensualidade. Provoca, desta maneira, alterações emocionais como nervosismo, irritação, incerteza e conflitos, além de mudanças no autoconceito e na imagem corporal. Objetivo: analisar a autoestima e a qualidade de vida de mulheres submetidas à cirurgia oncológica de mama, em um hospital de clínicas, há pelo menos um ano. Metodologia: estudo observacional transversal com abordagem quantitativa. Para a coleta de dados, utilizaram-se três instrumentos: o primeiro contendo questões relativas aos dados sociodemográficos e clínicos; posteriormente, para avaliação da autoestima (AE), foi aplicada a Escala de Rosenberg e, em seguida, para avaliação da qualidade de vida (QV), a versão abreviada em português do instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde, o WHOQOL-bref. Resultados: participaram do estudo 37 mulheres, destas, a maior parte tinha entre 41 e 50 anos; era casada; católica; com baixa escolaridade; dentre as que trabalhavam, a maioria não havia retornado ao trabalho e a renda familiar era, em média, R$ 1.646,49. Quanto aos aspectos clínicos, a maior parte realizou cirurgia conservadora do lado esquerdo (tempo médio de realização desta 31,7 meses) e fizeram tratamentos complementares, principalmente a hormonioterapia. Com relação à AE, a média foi de 30,32, equivalente a autoestima média, e alfa de Cronbach de 0,77. Observou-se correlação moderada e positiva entre a AE e a escolaridade. Em relação à qualidade de vida, o domínio mais afetado foi o ambiental, seguido pelos domínios físico, psicológico e social. Quando analisada a relação da QV com as variáveis sociodemográficas e clínicas, identificou-se correlação somente entre o domínio social e a renda familiar e entre o domínio ambiental e a idade (ambos os casos com correlação positiva e moderada). Além disto, constatou-se uma correlação moderada entre a AE e o domínio ambiental e correlação forte entre a AE e os domínios físico e psicológico. Conclusão: apesar de decorrido de um a três anos do procedimento cirúrgico, as mulheres ainda demonstram sentimentos de menos valia em relação a si próprias (AE média) e limitações físicas e financeiras, principalmente, que impactam em sua QV (confirmado pela média de QV nos domínios: 58,8 pontos). Embora haja particularidades entre elas, há certas características em comum que permitem a atuação do profissional de saúde de forma precoce e preventiva, visando diminuir as repercussões do CA na vida da mulher.

ASSUNTO(S)

saúde da mulher qualidade de vida enfermagem enfermagem self concept women‟ s health quality of life nursing auto-imagem

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