Atividades cicatrizante e antimicrobiana do óleo-resina de copaíba (Copaifera langsdorffii) em úlceras cutâneas / Healing and antimicrobial activities of copaiba oleoresin (Copaifera langsdorffii) on cutaneous wounds.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/09/2011

RESUMO

O estudo avaliou o óleo-resina (OR) proveniente da Copaifera langsdorffii quanto: à citotoxicidade; ao potencial cicatrizante em modelos animais; aos efeitos no modelo ex vivo de cicatrização da pele humana; à atividade antimicrobiana in vitro e in vivo. A citotoxicidade do OR (1, 10, 50, 100, 500 e 1000 µg/mL) foi avaliada em culturas de fibroblastos 3T3 pela determinação da viabilidade e proliferação celular. A atividade cicatrizante foi avaliada em úlceras cutâneas em orelha de coelho, com aplicações tópicas diárias, por 21 dias, do OR in natura e em creme (10 e 25%) e controles [creme base (Cr) e solução fisiológica]; no dorso de ratos, o tratamento consistiu de creme a 10% e os mesmos controles, por 14 dias. As úlceras foram avaliadas por análise de imagem, índices de cicatrização e histologia nos dias 2, 7, 14 e 21. Parâmetros bioquímicos (hidroxiprolina e metaloproteinases) foram incluídos na investigação da cicatrização em ratos. No modelo ex vivo, os fragmentos de pele receberam diariamente: OR in natura, cremes a 10 e 25% e controles (Cr e meio de cultura (DMEM), por 21 dias, e foram avaliados nos dias 0, 1, 3, 7, 14 e 21, por análises clínico-fotográfica e histológica. A atividade antimicrobiana in vitro foi avaliada pela determinação das concentrações inibitória e bactericida mínimas para bactérias Gram-positivas: S. aureus (ATCC 6538), S. pyogenes (ATCC 19615) e Enterococcus faecalis (ATCC 10541) e Gram-negativas: P. aeruginosa (ATCC 2327) e E. coli (ATCC 10538). A atividade antimicrobiana in vivo foi avaliada nas úlceras infectadas com S. aureus ou S. pyogenes em ratos, pela contagem bacteriana no exsudato e biópsias nos dias 2, 7 e 14 após úlceras e inoculação bacteriana além da atividade cicatrizante. O OR não apresentou toxicidade aos fibroblastos até 100 µg/mL, com viabilidade e proliferação de 90 a 100%. Promoveu melhor cicatrização a 10%, nos modelos orelha de coelho e dorso de ratos, enquanto, in natura ocasionou agressão tecidual. O modelo ex vivo manteve-se viável por 21 dias; a 10% o OR inibiu a reepitelização das úlceras, diferente do controle (DMEM), evidenciando que sua atividade cicatrizante é dependente do processo inflamatório, ausente neste modelo. Apresentou atividade antimicrobiana in vitro (S. aureus, S. pyogenes e E. faecalis), a qual se manteve in vivo observada pelo estímulo cicatrizante do OR a 10% em creme nas úlceras infectadas com S. aureus ou S. pyogenes em ratos. Os resultados evidenciaram que o OR da C. langsdorffii não foi citotóxico, apresentou atividade antimicrobiana in vitro e in vivo, além de importante atividade cicatrizante dependente, essencialmente da fase inflamatória, demonstrada nos modelos animais e ausente no modelo ex vivo, contribuindo para o conhecimento quanto ao seu mecanismo de ação, eficácia e segurança para o uso clínico na cicatrização de úlceras cutâneas.

ASSUNTO(S)

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