Atividade elétrica dos músculos estabilizadores da patela em indivíduos portadores da síndrome da dor femoropatelar durante exercícios realizados no step.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A proposta deste estudo foi avaliar, nos aspectos temporal e de amplitude, a atividade elétrica dos músculos vasto medial oblíquo (VMO), vasto lateral longo (VLL) e vasto lateral oblíquo (VLO) nos exercícios de step frontal: subida (SFS) e descida (SFD) e step posterior: subida (SPS) e descida (SPD). Foram avaliados 27 indivíduos do sexo feminino divididos em dois grupos: 15 clinicamente normais Grupo Controle (21,13 2,17 anos) e 12 portadores da Síndrome da Dor Femoropatelar - SDFP (21,08 2,31). A altura do step foi regulada para dois ângulos - 45 e 75 - de flexão da articulação do joelho. Um metrônomo auxiliou os voluntários quanto ao tempo de execução do exercício, um eletrogoniômetro foi utilizado para controlar o ângulo de flexão do joelho e um sensor de pressão foi utilizado para informar quanto ao início e o final de cada exercício. A atividade elétrica foi captada por meio de eletrodos ativos diferenciais simples de superfície, um eletromiógrafo de 8 canais (EMG System do Brasil) e um programa de aquisição de dados (AqDados 7.02.06). O sinal elétrico captado foi tratado por rotinas do software Matlab 6.1 que calcularam o tempo de início da ativação elétrica para cada músculo (análise temporal) e a integral matemática da área abaixo da envoltória do sinal retificado e filtrado (análise de amplitude). Os valores da integral foram normalizados pela média das três contrações para cada músculo e posteriormente calculada as relações VMO: VLO e VMO: VLL. O tempo relativo de ativação foi determinado subtraindo-se o tempo de ativação do VLL e do VLO do tempo de ativação do VMO (VMO - VLO e VMO-VLL). O teste t - Student (p ≤ 0,05) revelou que, no exercício de subida no step a 75, houve diferença significativa no tempo relativo de ativação entre os grupos, tanto para o step frontal: VMO-VLO (p = 0,000) e VMO-VLL (p = 0,000), quanto para o step posterior: VMO-VLO (p = 0,000) e VMO-VLL (p = 0,000). No grupo Controle prevaleceu uma ativação antecipada do VMO em relação aos músculos VLL e VLO; já no grupo SDFP houve prevalência da ativação simultânea e tardia do VMO em relação aos demais músculos. A ANOVA thre-way e o teste de Duncan (p≤ 0,05) revelaram diferenças na relação VMO:VLO e VMO:VLL quando comparados os grupos Controle e SDFP (p = 0,014). Os valores da relação VMO:VLO e VMO:VLL foram significativamente maiores no step a 45 do que a 75 (p = 0,000 e p = 0,016, respectivamente) nos dois grupos. A comparação entre os exercícios realizados dentro de uma mesma angulação de step revelou que tanto a relação VMO:VLO quanto VMO:VLL sempre foram maiores no SFS quando comparado ao SFD (p = 0,010), ao SPS (p = 0,040) e ao SPD (p = 0,000). Não houve diferença entre a SFD e a SPS (p=0,570) ou a SPD (p = 0,090). No grupo Controle o SPS foi menor que a SPD (p = 0,030), enquanto que no grupo SDFP ocorreu o inverso nas duas relações em ambos os steps. Nossos resultados sugerem haver diferenças no controle motor entre os grupos quanto ao recrutamento muscular, tanto no step frontal quanto no posterior no ângulo de 75. Na análise da amplitude, o step a 45 parece recrutar mais seletivamente o músculo VMO em relação ao VLL e VLO do que no step a 75, podendo ser utilizado preferencialmente no tratamento de indivíduos portadores de SDFP. Quanto à modalidade de step, o exercício de subida frontal (SFS) parece ser o mais indicado quando o objetivo for a ativação seletiva do músculo VMO principalmente no step a 45.

ASSUNTO(S)

emg atividade elétrica dos músculos estabilizadores da patela em indivíduos portadores da síndrome da dor femoropatelar durante exercícios realizados no step. exercises knee quadriceps patellofemoral pain fisioterapia e terapia ocupacional step

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