Atividade da própolis verde e da bovicina HC5 sobre bactérias isoladas de mastite bovina / Activity of green propolis and bovicin HC5 on bacteria isolated from bovine mastitis

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A mastite é a principal doença que afeta o rebanho leiteiro bovino no Brasil e em todo o mundo. A presença de resíduos de antibióticos no leite e o aparecimento de estirpes bacterianas resistentes são problemas decorrentes do tratamento com antibióticos e têm estimulado a busca por métodos alternativos de controle. Estudos anteriores indicaram o potencial da própolis verde de Minas Gerais e da bovicina HC5 para o controle de bactérias comumente associadas à mastite bovina. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de extratos de própolis verde de Minas Gerais e da bovicina HC5 sobre bactérias isoladas de mastite bovina. Os extratos de própolis verde de Minas Gerais obtidos a partir de etanol absoluto (E-EtOH100), etanol 70% (E-EtOH70), metanol (E-MeOH), éter (E-Eter), clorofórmio (E-Clor) e água (E-H2O) foram caracterizados quanto ao (1) teor de fenólicos, (2) teor de flavonóides, (3) por cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas (CG-EM) e (4) quanto à atividade antimicrobiana. Uma característica dos compostos fenólicos em todos os extratos da própolis analisados foi a alta proporção de artepilina C (ácido 3,5- diprenil-4- hidroxi cinâmico) e outros derivados do ácido cinâmico. O teor de fenóis totais foi 0,77, 0,34, 0,47, 0,46, 0,29 e 0,01% (m/m) nos E-EtOH70, E-EtOH100, EMeOH, E- Clor, E-Eter e E-H2O, respectivamente. O teor de flavonóides foi 0,21, 0,12, 0,15, 0,06, 0,04 e 0,03 % (m/m) nos E- EtOH70, E-EtOH100, E-MeOH, EClor, E-Eter e E-H2O, respectivamente. Todos os extratos tiveram atividade inibidora do crescimento do microrganismo indicador (Staphylococcus sp. coagulase negativo, isolado 4244), com exceção do E-H2O. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) pelo método de difusão em ágar foi determinada em 276 isolados bacterianos (99 Staphylococcus aureus, 44 Staphylococcus sp. coagulase-negativo, 71 Streptococcus agalactiae, 22 Streptococcus bovis, 20 Streptococcus uberis e 20 Escherichia coli) obtidos de bovinos diagnosticados com mastite clínica e subclínica oriundos de propriedades leiteiras diversas dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo quanto ao extrato EEtOH70 e à bovicina HC5, uma bacteriocina produzida pelo Streptococcus bovis HC5. A maior porcentagem de inibição do E-EtOH70 sobre os isolados foi: Staphylococcus aureus, 9,37 mg/ml (51,5%); Staphylococcus sp. coagulase negativo 4,68 mg/ml (52,3%); Streptococcus agalactiae 9,37 mg/ml (37,5), enquanto que 91% dos isolados de Streptococcus bovis; 75% dos isolados de Streptococcus uberis e 100% dos isolados de Escherichia coli foram resistentes à dose máxima de própolis aplicada (300 mg/ml). A maior porcentagem de inibição da bovicina HC5 sobre os isolados foi: Staphylococcus aureus, 640 Unidades Arbitrárias (AU) (29,3%); Staphylococcus sp. coagulase negativo 320 AU (24,4%); Streptococcus agalactiae 320 AU (27,8%), Streptococcus bovis 320 AU (27,3%); Streptococcus uberis 160 AU (30 %). Não houve inibição do crescimento de 100% dos isolados de Escherichia coli à dose máxima de bovicina HC5 aplicada (2560 AU). As culturas que foram transferidas por aproximadamente 80 gerações na presença de doses subletais de bovicina HC5 e de extrato etanólico de própolis não se tornaram resistentes.

ASSUNTO(S)

própolis bovine mastitis mastite bovina propolis bovicina hc5 bovicin hc5 microbiologia

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