Atendimento pré-hospitalar público de Belo Horizonte:: uma análise da adoção às medidas de precaução pela equipe multiprofissional.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Tratou-se de um estudo com delineamento transversal, tipo survey, realizado com os profissionais do Serviço de Atendimento Pré-hospitalar (APh) Público de Belo Horizonte. Objetivou-se avaliar a adoção das medidas de precaução, por meio de conhecimento e atitude; identificar os fatores intervenientes na adoção de medidas de precaução; e, determinar a incidência dos acidentes de trabalho por exposição a material biológico. Os dados foram coletados no período de junho a julho de 2006, por meio de questionário estruturado. Para a caracterização da amostra, foi feita análise descritiva e, para verificar as associações, uma análise univariada, por meio do teste Qui-Quadrado. A análise multivariada feita por meio da regressão logística múltipla, descreveu a relação entre os dados demográficos, adoção de medidas de precaução e acidente de trabalho. Participaram do estudo 238 profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos/auxiliares de enfermagem e condutores). Quanto ao sexo, 66,8% eram do sexo masculino, 51,7% com idade inferior a 33 anos, 58,4% com tempo de atuação no APh inferior a dois anos e 69,7% lotados em Unidade de Suporte Básico. Para a análise do conhecimento, observou-se que os médicos atingiram um índice de conhecimento inferior a 75% em relação a precauções padrão e acondicionamento do lixo produzido durante o atendimento pré-hospitalar. E, para o profissional condutor, observou-se que o conhecimento em quase todos os itens avaliados não foi considerado adequado. Quanto à análise de atitude, observou-se que nenhum dos profissionais atingiu um índice de 75% para uso de máscara facial e óculos de proteção e para indicação do equipamento de proteção individual. A análise da regressão logística multivariada revelou associação estatisticamente significativa entre condutores e técnicos/auxiliares de enfermagem e a não adoção de medidas de precaução. Os profissionais salientaram a necessidade de treinamentos sobre riscos ocupacionais, noções básicas de controle de infecção e a realização de reuniões periódicas. Identificou-se uma incidência de acidentes de trabalho envolvendo material biológico de 20,6%, sendo que 40,8% destes durante o manuseio de materiais pérfuro-cortantes, 49,0% por contato com fluidos corporais e 10,2% por ambos. Dentre todos os profissionais acidentados, destacou-se o médico (35,3%), o enfermeiro (24,0%), técnico/auxiliar de enfermagem (17,7%) e condutor (16,7%). De forma global, a avaliação médica pós-acidente não foi realizada em 63,3% dos casos, e para 81,6% não foi emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho. Nenhuma conduta imediatamente após o acidente foi tomada em 55,0% dos casos e em 61,2% não foi realizado acompanhamento sorológico. E, finalmente, a regressão logística multivariada evidenciou que profissionais lotados em Unidade de Suporte Avançado e tempo de atividade superior a dois anos no APh constituíram fatores de risco para a ocorrência de acidentes de trabalho. Diante dos resultados obtidos neste estudo e da importância social do atendimento pré-hospitalar, torna-se imprescindível implantar programa de educação continuada com a finalidade de melhorar o conhecimento do profissional em relação ao controle de infecção e às recomendações da biossegurança, bem como a instalação de uma orientação formal e acompanhamento do profissional após a ocorrência de acidentes de trabalho.

ASSUNTO(S)

questionários decs precauções universais decs equipe de assistência ao paciente/normas decs equipe de assistência ao paciente/normas decs acidentes de trabalho/estatísticas &dados numéricos decs dissertações acadêmicas decs serviços médicos de emergência/normas decs acidentes de trabalho/prevenção &controle decs fatores de risco decs

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