Atenção primaria a saude da mulher no programa de saude da familia do municipio de Campinas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A implantação do Programa de Saúde da Família (PSF), como modelo assistencial para a atenção primária, trouxe dúvidas a respeito das funções dos diversos profissionais, médicos e não médicos, sobre a atenção à saúde da mulher. Em Campinas, onde se implantou um PSF modificado, denominado Paidéia, que é caracterizado entre outras coisas por contar com o apoio local de ginecologistas às equipes, os questionamentos em relação a estas competências em relação às mulheres - são ainda mais importantes. O objetivo deste estudo foi comparar o perfil dos atendimentos às mulheres na rede básica de saúde do município de Campinas antes (2000) e no terceiro ano de implantação do PSF Paidéia (2003). Este foi um estudo descritivo, com análise secundária de dados do Sistema de Informações para Gerenciamento da Atenção Básica (SIGAB), referentes aos atendimentos de mulheres com 15 anos ou mais, nas UBS de Campinas, nos anos 2000 e 2003. O número de mulheres atendidas aumentou 1,6%, sendo este aumento mais expressivo nas áreas com pior índice de Condições de Vida (ICV). Os médicos não ginecologistas foram responsáveis por um maior percentual de atendimentos em 2003 (51%) comparados a 2000 (38%). Houve redução importante dos atendimentos por profissionais dos níveis superior e médio na enfermagem, de 4% e 48% respectivamente, e manutenção dos atendimentos por ginecologistas (28%). O capítulo XXI da CID 10 (rotinas programáticas) foi o mais registrado nos diagnósticos (acima de 80%), seguido por doenças cardiovasculares e geniturinárias. Os ginecologistas registraram 88% dos diagnósticos gineco-obstétricos, enquanto os médicos não ginecologistas responderam por 99% dos clínicos. Necessitaram encaminhamento 7 de cada 100 mulheres atendidas em 2000 e 4 em cada 100 em 2003, sendo as especialidades mais requisitadas a oftalmologia e a dermatologia. A coleta de citologias oncológicas de colo uterino aumentou 11,5%, com cobertura trienal estimada de 43,7% em 2003. Houve crescimento de 59,2% no número de mamografias, sendo o que o número de exames realizados correspondeu a 23,5 exames para cada 100 mulheres acima de 50 anos atendidas. O número médio de consultas pré-natais por nascimento ocorrido no SUS foi de 5,2 em 2003 representando um discreto aumento em relação a 2000. Concluindo, a implantação do PSF Paidéia parece ter contribuído para a melhoria da eqüidade de acesso à rede básica de saúde em Campinas, com aumento da atenção médica e redução dos atendimentos pela equipe de enfermagem. A integralidade é o desafio a ser enfrentado, o que se evidenciou pela compartimentalização da atenção entre ginecologistas e médicos não ginecologistas no papel de generalistas. A cobertura das ações de prevenção secundária, em câncer de colo uterino e mama, merece intervenção específica

ASSUNTO(S)

morbidade familia - saude e higiene programas de saude - avaliação cuidados primarios de saude mulheres administração e planejamento em saude

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