Assessment of patients submitted to craniotomy: incidence, evolution and risk factors of surgical site infection. / Avaliação de pacientes submetidos à craniotomia: incidência, evolução e fatores de risco para infecção de sítio cirúrgico.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Introdução: A infecção de sítio cirúrgico é uma das mais temidas complicações de uma cirurgia. A incidência de infecção de sítio cirúrgico em neurocirurgia é baixa, mas as conseqüências podem ser desastrosas devido à morbidade e a mortalidade. Poucos estudos nacionais têm abordado este problema. Objetivo: Determinar a incidência de infecção de sítio cirúrgico e analisar os fatores de risco para o desenvolvimento dessas infecções em pacientes submetidos à craniotomia. Analisar o impacto dessas infecções na mortalidade e no tempo de internação. Casuística e Método: Estudo tipo coorte retrospectivo, realizado no Hospital Terciário Público em Diadema - São Paulo. Foram incluídos no estudo todos os pacientes submetidos a craniotomia consecutivas no período de 01 de janeiro de 2006 a 31 de dezembro de 2007. Todos os diagnósticos de infecção seguiram a definição do Centers for Disease Control and Prevention (CDC). As infecções de sítio cirúrgico foram classificadas como: superficiais, profundas ou órgão e espaços. Resultados: Foram realizadas 352 craniotomias. A idade média dos pacientes foi de 46,24 anos. Os diagnósticos de entrada mais freqüentes foram: traumas cranioencefálicos 101 (28,7%); hematomas subdurais 61 (17,3%) e neoplasias 54 (15,3%). No período do estudo ocorreram 46 (13,1%) infecções de sítio cirúrgico, sendo 23 (50%) infecções de sítio cirúrgico superficial e 23 (50%) infecções de sítio cirúrgico de órgão e espaços. O tempo médio de internação dos pacientes com infecção foi de 58,26 dias (3 a 187 dias) em comparação aos pacientes que não apresentaram infecção o tempo médio de internação foi de 16,07 dias (zero a 122 dias). Avaliando os agentes etiológicos encontramos predomínio de bactérias Gramnegativas 34 (72,4%), destaque para Acinetobacter baumannii 11 (37,9%) e Klebsiella pneumoniae 5 (17,2%). Após a análise multivariada, os fatores independentemente relacionados à incidência de infecções foram: necessidade de re-operação (OR=13,22; IC95%=5,61-31,16; p<0,0001) e a presença de derivação ventricular externa (OR=5,61; IC95%=2,21 -14,22; p<0,0001). A mortalidade nos pacientes com infecção de sítio cirúrgico de órgão e espaços foi de 78,3%. Conclusões: Em nosso estudo encontramos uma taxa elevada de infecção de sítio cirúrgico, principalmente causada por bactérias Gram-negativas. A utilização de derivação ventricular externa e a re-operação foram os principais fatores de risco encontrados. Encontramos relação com aumento de mortalidade nos pacientes que desenvolveram infecção de sítio cirúrgico de órgão e espaços e a ocorrência de infecção de sítio cirúrgico teve um impacto importante no aumento do tempo de internação dos pacientes.

ASSUNTO(S)

infecção de sítio cirúrgico fatores de risco derivação ventricular externa microrganismos imunologia

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