Assessment of occupational exposure to multiple chemicals for a long period and in low concentrations in laboratories. / Avaliação da exposição ocupacional, em laboratórios, de múltiplos agentes químicos, por longo período e em baixas concentrações

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Objetivo Avaliar o perfil da exposição ocupacional a agentes químicos, em laboratórios, e verificar os impactos na avaliação de risco decorrentes das mudanças nos limites de exposição ocupacional (LEO) e na legislação federal brasileira. Metodologia Revisão de literatura relativa à exposição ocupacional a substâncias químicas, referentes a: conceituação de risco; desenho das curvas dose-resposta; identificação dos fatores que interferem na relação dose-efeito; conceitos de exposição por longo período, da exposição múltipla e em baixas concentrações; e fatores de confusão na monitoração ocupacional. Realização de estudo transversal no Centro de Pesquisas da Petrobras, para avaliar o perfil de exposição a agentes químicos de 3.000 trabalhadores, com atividades preponderantes em laboratórios, metade das quais com exposição em baixas concentrações e por longo período, tendo por base as avaliações ambientais do ano de 2004. Análise temporal dos valores de LEO da American Conferrence of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) e levantamento das mudanças nas legislações federal previdenciária, trabalhista e de saúde nos aspectos relacionados à exposição a agentes químicos. Resultados Foram identificadas 484 substâncias químicas em 243 postos de trabalho, resultando em 2.550 situações de exposição, com média de 3,73 substâncias químicas por local. Os 1.563 trabalhadores com exposição formaram 168 Grupos Homogêneos de Exposição (GHE), cuja composição variou de 1 a 44 trabalhadores (média de 4,55, mediana de 3 e moda de 1). Em cada local de trabalho foram identificados, em média, 4,91 GHE. Foram medidas 977 amostras. Com relação ao GHE, foi notado que em 91,9% das avaliações ocorreram resultados abaixo do nível de ação, correspondendo a 92,5% dos empregados, configurando a exposição a baixas concentrações. Verificou-se ainda que 49,6% dos GHE (49,9% dos empregados) tinham concentrações inferiores ao limite de detecção das técnicas analíticas, enquanto que em 8,1% dos GHE e 7,5% dos empregados, as concentrações estavam em nível igual ou acima do nível de ação. Comprovou-se que nos últimos dez anos foram implantados ou revisados 135 (18,5%) LEO. O número de substâncias cuja redução do LEO é igual ou superior a 50% corresponde à quase totalidade das reduções e, em todos os períodos, as maiores são iguais ou superiores a 80% ultrapassando, portanto, o nível de ação. Ainda que não exista concordância nos valores dos LEO foi constatado que, entre as diferentes agências têm ocorrido freqüentes mudanças na legislação. Estes fatos têm obrigado os profissionais a incorporarem estes conhecimentos a sua prática de trabalho. Conclusões A exposição a substâncias químicas em laboratórios é predominantemente em baixa concentração, variada e múltiplas. Na proteção da saúde de trabalhadores, a aceitação do risco quando a concentração ambiental da substância química é abaixo do nível de ação, deve ser usado com parcimônia, pois os valores de LEO têm apresentado tendência de redução e exclui parcela significativa da população. Nesta se incluem os hipersensíveis, os expostos a substâncias com efeito estocástico, misturas com efeitos aditivos e com curva dose-resposta bifásica

ASSUNTO(S)

chemicals multiple exposure. low concentrations produtos químicos cancerígenos toxicologia ocupacional agente tóxico : toxicologia low doses occupational exposure

Documentos Relacionados