Aspectos histológicos e imuno-histoquímicos de mamas radiologicamente densas em pacientes com câncer de mama / Histological and immunohistochemical features of mammographic dense tissue in breast cancer patients

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/02/2012

RESUMO

Introdução: A densidade mamográfica, uma medida da extensão do tecido fibroglandular radiodenso da mama, é um fator de risco independente para o câncer de mama. Fatores de risco já estabelecidos para o câncer de mama como idade ao primeiro parto, paridade e uso hormonal na pós-menopausa, também estão associados com a densidade mamária. Contudo, a base biológica da associação da densidade mamográfica ao risco de câncer de mama ainda não foi determinada. A literatura conhecida sugere que ela esteja associada à presença de proliferação epitelial ou estromal, com uma delas podendo ser a responsável pela associação da densidade com o risco de câncer de mama. Objetivos: Avaliar a composição histológica e imunohistoquímica de áreas densa e não densa de mamas de mulheres submetidas à mastectomia por câncer de mama. Sujeitos e métodos: Foi realizado estudo de corte transversal em 18 mulheres com mamas de padrão P1, P2 ou Dy (Wolfe) com carcinoma mamário estádio clínico I ou II ou carcinoma in situ com indicação de mastectomia. Suas mamografias foram digitalizadas, sendo localizadas as áreas mais densa, menos densa e tumoral. Cada sujeito também teve sua mama fotografada em 4 posições. Foi utilizada uma técnica de localização baseada em um método de aproximação linear com interpolação das imagens mamográficas e as fotos da mama. Durante a mastectomia, as áreas selecionadas foram biopsiadas e enviadas para análise anatomopatológica, sendo estudados os seguintes critérios: avaliação macroscópica (tamanho das áreas, proporção de tecido adiposo e pontos pardacentos), avaliação microscópica quanto ao epitélio (unidades ductolobulares terminais, presença de lesões proliferativas e não proliferativas), avaliação microscópica do estroma (extensão da fibrose, tipo de fibrose e celularidade estromal), e avaliação imuno-histoquímica, com pesquisa da expressão de CD-34, Ki67 e receptores hormonais (RE e RPg). Resultados: As áreas densa e não densa apresentaram o mesmo tamanho. Não houve diferença na proporção de tecido adiposo entre as áreas (p = 0,070), porém a proporção de pontos pardacentos foi maior nas áreas densas (p = 0,022). O número de unidades ducto-lobulares terminais foi maior para as áreas densas do que para as não-densas (p = 0,001). Não foram encontradas lesões proliferativas com atipias no tecido não-denso, porém em 3 das áreas densas avaliadas foi encontrada atipia epitelial plana. Lesões proliferativas sem atipias foram encontradas nas duas áreas, porém foram mais frequentes no tecido denso do que no não denso (23,5% vs 11,8%, p = 0,045). Lesões não proliferativas também foram mais frequentes na área densa (17,6% vs 2,9%, p = 0,025) em relação a menos densa. Em ambas as áreas a distribuição celular foi mais comumente intra e interlobular. A celularidade estromal foi a mesma nos dois tecidos. A fibrose foi mais comumente extensa ou moderada no tecido mamário denso e leve no não-denso (p = 0,030). Quanto à análise imunohistoquímica, a expressão de receptores de estrógeno e progesterona, assim como de Ki67 e CD34, foi similar para as duas áreas. Conclusões: O estudo demonstrou que tanto a fibrose estromal quanto a proliferação epitelial são responsáveis pela maior densidade mamográfica e que a expressão imunohistoquímica de receptores hormonais, CD-34 e Ki-67 é similar em áreas mais menos densas.

ASSUNTO(S)

histologia mamografia mamas histology mammography breast cancer

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