Aspectos epidemiológicos do melanoma no serviço de dermatologia do hospital das clínicas da universidade federal de minas gerais, 1990-2010

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/03/2011

RESUMO

INTRODUÇÃO: A incidência do melanoma cutâneo tem aumentado sistematicamente nas últimas décadas. Embora represente apenas 3% dos tumores cutâneos, é responsável por 75% dos óbitos. O diagnóstico precoce ainda constitui a principal chance de cura. Não foram encontrados na literatura estudos epidemiológicos sobre o melanoma cutâneo no estado de Minas Gerais, Brasil. MÉTODOS: Avaliaram-se 166 pacientes no período de janeiro de 1990 a janeiro de 2010, quanto às variáveis clínicas (sexo, idade, cor da pele, localização do melanoma, nevos atípicos, câncer de pele não-melanoma, câncer nãocutâneo, história familiar de melanoma, sintomas e/ou alterações da lesão primária, metástases e óbitos relacionados ao melanoma) e histológicas (tipo histológico, espessura tumoral e nível de Clark) e as correlações entre elas. Adotou-se nível de significância de 5%. RESULTADOS: Houve predominância do sexo feminino (61%) e a média de idade ao diagnóstico foi de 55 anos. Brancos representaram a maioria (74%) dos pacientes. A história familiar era positiva em 10% dos casos e os nevos atípicos estavam presentes em 19,9% dos pacientes. O câncer de pele não-melanoma foi relatado por 27,7% dos pacientes. O tipo histológico prevalente foi o lentigo maligno/ lentigo maligno melanoma e a localização mais frequente foi a cabeça e o pescoço. Comparando-se gênero e local da lesão primária, o melanoma cutâneo foi mais comum na cabeça/pescoço e tronco dos homens e nas extremidades das mulheres. A maioria dos melanomas era ou in situ (41,1%) ou finos (31,1%). A queixa de crescimento da lesão foi a mais frequente (58,1%) e o sangramento estava presente nas mais espessas. Ocorreram sete óbitos (4,2%), a maioria em homens, menores de 20 anos, com espessuras tumorais >2 mm, associados a melanoma lentiginoso acral e na constatação de crescimento e sangramento da lesão. Entretanto, após análise multivariada apenas a idade menor de 20 anos e a história de sangramento permaneceram com maior risco de morte. CONCLUSÃO: Esta casuística difere da maioria dos estudos em relação à localização predominante (cabeça e pescoço), ao tipo histológico mais frequente (lentigo maligno/ lentigo maligno melanoma), à proporção de câncer de pele não-melanoma (27,7%) e ao maior risco de óbito em menores de 20 anos de idade, o que pode decorrer de variação regional ou da diferença de padrão de exposição solar. É coerente com a maioria dos autores em relação ao sexo prevalente (feminino), idade (média 55 anos), frequência de nevos atípicos (cerca de 20%) e história familiar de melanoma (10%). Afortunadamente, e de acordo com a tendência mundial e nacional, a maioria dos melanomas foi diagnosticada precocemente (72%), o que justifica o reduzido número de óbitos (4,2%). Têm-se como limitações o baixo número de casos em relação aos estudos populacionais e multicêntricos, a ausência de parâmetros histológicos importantes para o prognóstico - como a ulceração e o índice mitótico - e a dificuldade em classificar os indivíduos quanto à cor da pele. São necessários estudos mais amplos para validação dos resultados encontrados.

ASSUNTO(S)

dermatologia. pele. melanoma decs neoplasias cutâneas decs incidência decs sarda melanótica de hutchinson decs diagnóstico precoce decs fatores epidemiológicos decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.

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