Aspectos ecotoxicolÃgicos relacionados à carcinicultura marinha.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/02/2012

RESUMO

Apesar do cultivo de camarÃo ser uma importante atividade econÃmica, o seu crescimento tem atraÃdo a atenÃÃo para os possÃveis impactos ao meio ambiente. As Ãguas residuais geradas pelos cultivos podem contribuir para a eutrofizaÃÃo das Ãguas receptoras desses efluentes, jà que possuem uma ampla variedade de substÃncias consideradas contaminantes potenciais, como o metabissulfito de sÃdio, um agente sulfitante que retira o oxigÃnio da Ãgua e de alimentos. AlÃm disso, os efluentes carreiam a comunidade fitoplanctÃnica que prolifera nos sistemas de cultivo, incluindo cianobactÃrias produtoras de toxinas. Com isso o objetivo desse estudo foi uma avaliaÃÃo ecotoxicolÃgica utilizando diferentes organismos testes e respostas biolÃgicas dos possÃveis impactos causados pelo uso do metabissulfito de sÃdio ou pela proliferaÃÃo de cianobactÃrias coletadas nos prÃprios cultivos. Amostras do fitoplÃncton foram coletadas em trÃs fazendas do estado do Cearà para anÃlise qualitativa, quantitativa e para o isolamento das cianobactÃrias. Estes organismos foram identificados atravÃs de tÃcnicas morfolÃgicas e de biologia molecular, cultivados no laboratÃrio para obtenÃÃo dos extratos e realizados ensaios com camundongos e misidÃceos. O metabissulfito de sÃdio teve sua toxicidade avaliada por meio de ensaios agudos em diferentes nÃveis trÃficos (microalgas, cladÃceros, camarÃes e peixes), mas tambÃm pela taxa do consumo de oxigÃnio e das atividades enzimÃticas (CAT; AChE e GST) em camarÃes. Para os peixes, foram realizados ainda ensaios com o desenvolvimento embriolarval e das atividades enzimÃticas (AChE e GST). A anÃlise qualitativa e quantitativa da comunidade fitoplanctÃnica mostrou um grande nÃmero de espÃcies de quase todas as classes do fitoplÃncton, inclusive cianobactÃrias. Deste Ãltimo grupo foi isolada e cultivada Synechococcus sp., para a qual o extrato e as cÃlulas vivas mostraram toxicidade em camundongos evidenciada por danos observados no fÃgado e rins dos animais. Jà na avaliaÃÃo da toxicidade do metabissulfito de sÃdio, este apresentou toxicidade aguda para os organismos testes, apresentando uma EC50 de 24,29 mg/L para as microalgas, CL50 de 34,90 mg/L e 69,65 mg/L para cladÃceros e camarÃes, respectivamente. Em relaÃÃo ao consumo de oxigÃnio e atividades enzimÃticas, estes nÃo apresentaram diferenÃas significativas quando comparados aos controles, com exceÃÃo para a AChE nos camarÃes e GST nos peixes. No desenvolvimento embriolarval dos peixes, o metabissulfito de sÃdio causou diferentes tipos de efeitos desde a destruiÃÃo dos ovos à deformidades nas larvas. Sendo assim, esses resultados mostram que o metabissulfito de sÃdio e a cianobactÃria Synechococcus sp. sÃo tÃxicos para diferentes organismos, evidenciados tanto pela toxicidade aguda quanto pela crÃnica.

ASSUNTO(S)

carcinocultura metabissulfito de sÃdio synechococcus sp. atividades enzimÃticas carcinicultura impacto ambiental camarÃo - criaÃÃo impacto ambiental fitoplÃncton cianobactÃrias eutrofizaÃÃo

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