Aspectos clínicos, ultrasonográficos, cintilográficos e cito-patológicos na predição de malignidade do nódulo tireoidiano / Role of clinical, ultrasound, scintigraphyc and cytological parameters to predict malignancy in thyroid nodule

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/06/2011

RESUMO

Introdução: A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) permanece como o procedimento de referência na avaliação dos nódulos de tireóide. No entanto, em cerca de 10 a 30% dos casos, o diagnóstico citológico é indeterminado. Alguns estudos recentes buscam estabelecer modelos de predição de risco para malignidade no nódulo de tireóide, correlacionando fatores de risco, como idade, sexo, nódulo solitário, níveis de hormônio estimulador da tireóide (TSH), auto-imunidade tireoidiana, nódulos frios e aspectos ultrassonográficos, entre outros. No entanto, os resultados são discordantes, carecendo de novos estudos sobre o tema. Objetivos: Avaliar os parâmetros clínicos, laboratoriais, de ultra-sonografia (US), cintilografia e cito-patologia em nódulos de tireóide, incluindo nódulos de citologia indeterminada, e investigar o papel destes fatores como preditores de malignidade em nódulos de tireóide com resultados citológicos inicialmente benignos submetidos à repetição criteriosa da PAAF. Métodos: Cento e quarenta e três pacientes tratados cirurgicamente em um único centro hospitalar, sendo confirmadas pela histologia que 65% (93) apresentavam nódulos de tireóide benignos e 35%, lesões malignas (50). Todas as citologias foram revisadas por patologista experiente na área e pelo autor, sendo reclassificadas prospectivamente pelo sistema de Bethesda. As variáveis clínicas, laboratoriais, cintilográficas, ultrassonográficas e cito-patológicas foram definidas com base na literatura consensual e comparadas retrospectivamente, definindo-se os marcadores de risco de malignidade após análise de regressão multivariada. Dentre os 143 casos, em 80 estabeleceu-se o diagnóstico de citologia indeterminada, sendo pesquisados os preditores clínicos, ultrassonográficos e variáveis citológicas apontadas pela classificação de Bethesda. Dentre o total dos 143 nódulos, avaliamos a evolução de 35 deles que apresentaram resultados citológicos inicialmente benignos e foram submetidos à PAAF de repetição guiada por US (PAAF-US). Resultados: Entre os grupos de pacientes com diagnóstico histológico de nódulos benignos e malignos, não houve diferença significativa quanto ao sexo, função tireoidiana avaliada por níveis séricos de TSH e T4L, doença auto-imune da tireóide, e padrão cintilográfico, incluindo os nódulos com citologia indeterminada e o grupo de nódulos com citologia inicial benigna. O modelo obtido após análise de regressão multivariada evidenciou como fatores preditivos de malignidade em nódulo de tireóide a idade do paciente acima de 38,5 anos (determinado pela análise da curva ROC), o diâmetro do nódulo (>2 cm), presença de microcalcificações e irregularidade da borda ao ultra-som, exibindo acurácia de 81,7%. A comparação entre os achados de US mostrou diferenças em relação às características suspeitas de malignidade (microcalcificações, fluxo central, irregularidade da borda e hipoecogenicidade). A prevalência de malignidade nos nódulos com citologia indeterminada (n=80) foi de 25% (20/80). A análise de regressão multivariada mostrou irregularidade da borda ao ultra-som e citologia categoria IV de Bethesda como variáveis significativas para prever a malignidade em nódulos de tireóide com citologia indeterminada, proporcionando 76,9% de acurácia. Quanto aos pacientes com nódulos apresentando citologia inicial benigna e submetidos à repetição da PAAF, obtivemos 10 casos malignos (28,5%) (G1) e 25 nódulos que mantiveram diagnóstico de benignidade (G2) à histologia final. Dentre o total de 35 pacientes, a PAAF de repetição resultou em 28 citologias indeterminadas durante o seguimento, sendo que 23 (82,1%) foram identificadas até a 3ª PAAF-US. O intervalo entre a 1ª e 3ª PAAF-US foi de 13 meses (mediana). A análise dos dados obtidos pelos laudos do estudo ultrassonográfico mostrou diferença significativa entre as características suspeitas no G1: microcalcificações, irregularidade da borda, fluxo central, hipoecogenicidade, em relação ao G2. Conclusões: Verificamos maior risco de carcinoma em nódulos de tireóide de pacientes com idade acima de 39 anos e US com características suspeitas de malignidade. O estudo de ultra-som e resultado categoria IV de Bethesda à citologia mostraram alta acurácia para predição de malignidade em nódulos com citologia indeterminada. Em nódulos com citologia inicial benigna, seguidos ambulatorialmente, observou-se maior taxa de malignidade na presença de US suspeito inicial, indicando que a repetição da PAAF-US por até duas vezes, em um período médio de 13 meses após a 1ª punção pode elevar a taxa de diagnóstico. Estes resultados podem ser usados para orientar a tomada de decisões cirúrgicas com maior propriedade

ASSUNTO(S)

tireóide nódulo da tireóide neoplasias da tireóide ultrasom thyroid thyroid nodule thyroid neoplasms ultrasound

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