As representações sociais do consumidor idoso acerca das normas que tutelam o consumo na terceira idade / Social representations of elderly consumers about the standards which protect the consumer in the elderly

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/11/2011

RESUMO

Vivendo-se em uma sociedade de consumo, onde a oferta de produtos e serviços supera, consideravelmente, a demanda natural e racional por eles diante de um processo incontroverso e irreversível de envelhecimento da população consumidora, percebeu-se a necessidade de investigar as representações sociais dos consumidores idosos acerca da eficácia das normas jurídicas vigentes que se propõem a tutelar as relações de consumo titularizadas por pessoas com 60 anos ou mais. Trata-se de uma pesquisa transversal, exploratória e descritiva, com predomínio da análise qualitativa dos dados, tendo como referencial teórico e metodológico a Teoria das Representações Sociais, desenvolvida por Moscovici. Não obstante a predominância da abordagem qualitativa, a análise quantitativa foi empregada, sobretudo, para traçar um perfil sociodemográfico dos idosos consumidores, indicando, em termos percentuais, a classe social, o nível de escolaridade e a faixa etária dos sujeitos da pesquisa, chegando-se ao seguinte padrão: mulheres casadas com idade de 69 anos, ensino fundamental incompleto, aposentadas ou pensionistas com renda de até três salários mínimos, residentes em casas próprias e parcialmente responsáveis pelo custeio das despesas domésticas. A amostra foi obtida a partir de entrevistas semiestruturadas aplicadas nos meses de maio e junho de 2011, a partir do cadastro dos atendidos pelo PROCON municipal de Ubá, MG, vez que, para investigar a percepção dos consumidores idosos acerca da eficácia de leis protetivas, julgou-se necessário selecionar idosos que, presumivelmente, tivessem conhecimento da existência de tais leis e de instrumentos públicos destinados a implementá-las. Os entrevistados foram contatados por telefone fixo e, dependendo da preferência e disponibilidade deles, as entrevistas foram realizadas na sede do próprio PROCON ou em suas residências. Para analisar e interpretar os dados, elegeu-se o procedimento metodológico da análise de conteúdo, vez que permite, de forma sistematizada e objetiva, aferir as reais representações dos entrevistados acerca da temática investigada. Os resultados apontaram não haver identidade entre os entrevistados de faixas etárias distintas, tendo sido necessário, por essa razão, criar subcategorias de idosos. De fato, o critério legal/cronológico mostrou-se falho, à medida que só considerava o fator objetivo idade para enquadrar cidadãos na categoria de idosos. Por essa razão, tem-se que muitos entrevistados disseram não se sentirem idosos e merecedores de tratamento legal diferenciado, não obstante reconhecerem a utilização das filas preferenciais, dos benefícios previdenciários e da gratuidade na utilização de transporte público, entre outros. Apurou-se que tanto o Código de Defesa do Consumidor quanto o Estatuto do Idoso ainda eram ignorados por considerável parcela da população pesquisada, sendo a ausência ou deficiência do acesso à informação grande entrave a ser superado em busca da eficácia de tais normas e das garantias nelas positivadas. Tais entrevistados têm no PROCON um órgão de luta na defesa de seus direitos, sendo positiva sua atuação, à medida que auxilia efetivamente na solução de problemas de consumo. A rapidez e cordialidade no atendimento contribuíram decisivamente para a referida avaliação, sendo, na percepção de todos os entrevistados, uma vantagem a utilização do referido órgão na busca de soluções para os problemas de consumo experienciados.

ASSUNTO(S)

idoso consumo economia domestica consumidor idoso representações sociais consumption elderly consumer elderly social representations

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