As práticas educativas na saúde da família: uma cartografia simbólica

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/11/2010

RESUMO

Esta pesquisa qualitativa buscou compreender as atividades educativas, realizadas em Unidades de Saúde da Família, do Município de Mossoró-RN. Utilizou-se da cartografia simbólica para organizar e apresentar os dados da realidade. Partiu da abordagem da Educação em Saúde como prática de transformação de saberes, visando o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade dos indivíduos no cuidado à saúde, mediatizada pela valorização do espaço das relações interpessoais estabelecidas nos serviços, como contextos de práticas educativas emancipatórias. Realizou entrevistas individual e coletiva, com profissionais de saúde e usuários da ESF, sobre os temas, as atividades, a participação, as dificuldades, as potencialidades e a concepção da educação em Saúde que permeiam o cotidiano da Estratégia Saúde da Família. Do apreendido fez mapas temáticos com a análise das práticas educativas dos profissionais que integram a Saúde da Família. Constrói laços com os fios das concepções de educação refletidas nos temas e nas atividades das equipes de Saúde da Família. Religa os enredos das vozes sobre as dificuldades e as potencialidades dos processos educativos em prol de posturas emancipatórias. Para os usuários a Educação em Saúde significa bom atendimento e a veiculação de informações sobre a prevenção das doenças. Os profissionais entendem que é toda informação que se dá aos usuários, sobre a saúde, o bem estar social, econômico e o estado geral do ser humano, como forma do mesmo se prevenir e tratar a doença. As marcas impressas nas vozes denotam que as atividades e os temas trabalhados pouco motivam os usuários à participação, sendo que os médicos e dentistas também se excluem das práticas educativas. Os grupos de idosos são os que mais se envolvem com as atividades. O tamanho da área adstrita e seu distanciamento da comunidade dificultam o acesso dos usuários, bem como, diminuem a qualidade das ações educativas e os vínculos usuários-profissionais. Por conseguinte, a busca de medicamentos, a necessidade de consultas médicas e a vontade de serem bem atendidos são marcas das vozes dos usuários que se interligam com as informações esclarecedoras e orientadoras oferecidas pelos profissionais aos usuários. Disto decorre que as práticas necessitam incorporar o social, o subjetivo e atuar com práticas de prevenção e promoção a saúde, com base nos estilos de vida. O modelo dialógico a ser adotado desde a fase do planejamento das ações de educação em saúde poderia despertar o interesse dos grupos envolvidos; promover uma relação de diálogo e de escuta; problematizar a realidade local; estimular a prática metodológica dialética; promover processos de desconstrução de conceitos, valores e posturas, como mais necessários que o de construção, usando múltiplas linguagens. A tese defendida denota caminhos para outros estudos voltados para a compreensão de um modelo dialógico compromissado com as trocas de saberes e a descoberta de estratégias que favoreçam a formação da consciência crítica e a descoberta de como está a formação das novas gerações profissionais da saúde, de modo a pertencer ao projeto de sociedade, nas suas dimensões técnica, científica, pedagógica, ética, humanística e política

ASSUNTO(S)

educação em saúde saúde da família concepção dialógica ciencias sociais aplicadas health education family health factual design

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