As pinturas rupestres da Ãrea arqueolÃgica Vale do Catimbau â BuÃque, Pernambuco: estudo das fronteiras grÃficas de passagem

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A presente dissertaÃÃo tem como objetivo confirmar a presenÃa das fronteiras grÃficas de passagem no Vale do Catimbau, unidade de conservaÃÃo do Parque Nacional do Catimbau, BuÃque â PE., bem como vincular as pinturas rupestres contidas na face oeste da Serra do Coqueiro aos grupos migrantes, originÃrios da Serra da Capivara.O Vale do Catimbau situa-se a meio caminho de duas importantes Ãreas arqueolÃgicas: distante 576 km, a vÃo de pÃssaro, do Parque Nacional Serra da Capivara â PI, pÃlo da dispersÃo da TradiÃÃo Nordeste; e a 210 km do Seridà â RN / PB. O presente estudo pode contribuir para esclarecer de que forma os grupos migrantes, pertencentes à TradiÃÃo Nordeste de pintura rupestre, se deslocaram para a regiÃo do SeridÃ, utilizando o vale do MoxotÃ, tributÃrio esquerdo do Rio SÃo Francisco, como via de acesso.A Ãrea pesquisada situa-se numa zona de brejo que apresenta condiÃÃes geoambientais mais favorÃveis à sobrevivÃncia humana que as do entorno semi-Ãrido. Provavelmente, o micro clima serrano favoreceu a convergÃncia Ãtnica prÃ-histÃrica para a regiÃo, redundando na diversidade grÃfica local. Nesse contexto, o trabalho consistiu em segregar as diferentes identidades grÃficas num universo pictural muito heterogÃneo. Essas pinturas apresentam-se como um produto final fragmentÃrio, realizadas ao longo de um perÃodo nÃo determinado; por esta razÃo, os resultados sÃo apresentados sem qualquer referÃncia cronolÃgica, ou seja, de forma atemporal.Como recurso metodolÃgico para demonstrar a existÃncia das fronteiras grÃficas de passagem bem como dimensionar as Ãreas grÃficas dos respectivos grupos optou-se pelo estudo da distribuiÃÃo espacial dos sÃtios arqueolÃgicos com pinturas pertencentes Ãs TradiÃÃes Nordeste e Agreste. Num segundo momento, para estabelecer a correlaÃÃo cultural pretendida, foram feitas analogias entre os acervos grÃficos da Serra da Capivara e da porÃÃo oeste da Serra do Coqueiro, particularmente das representaÃÃes humanas em suas dimensÃes: material, temÃtica e apresentaÃÃo grÃfica. A Ãrea nuclear da pesquisa compreende as duas faces da Serra do Coqueiro, os estudos realizados nessas Ãreas confirmaram a hipÃtese: a porÃÃo leste da serra corresponde à Ãrea grÃfica da TradiÃÃo Agreste; a face oeste corresponde à Ãrea grÃfica da TradiÃÃo Nordeste. Os estudos tambÃm indicaram as Ãreas ampliadas de atuaÃÃo grÃfica (hipotÃtica Ãrea grÃfica) dos respectivos grupos autores.A verificaÃÃo da ocorrÃncia de sÃtios que compartilham o mesmo horizonte grÃfico em zonas muito mais amplas que a Ãrea nuclear do estudo levou a incluir essas zonas como hipotÃticas Ãreas grÃficas. A hipotÃtica Ãrea grÃfica dos grupos da TradiÃÃo Agreste se estende da face leste da Serra do Coqueiro atà o Vale do Ipanema. Na direÃÃo norte, esses grupos alcanÃaram a porÃÃo nordeste da Serra dos Cariris Velhos, ocupando parte da regiÃo Agreste do atual Estado da ParaÃba. Da porÃÃo oeste da Serra do Coqueiro atà o Vale do MoxotÃ, compreende a hipotÃtica Ãrea grÃfica dos grupos da TradiÃÃo Nordeste. No sentido norte, esses grupos alcanÃaram a porÃÃo noroeste da Serra dos Cariris Velhos, ocupando um pÃleo vale retrabalhado pelas Ãguas dos rios Piancà e AÃu-Piranhas. No alto curso do AÃu-Piranhas, do qual o rio Seridà à tributÃrio, foram identificadas pinturas tÃpicas dessa tradiÃÃo

ASSUNTO(S)

vale do catimbau social life masculinity competition Ãrea grÃfica registro rupestre arqueologia fronteira grÃfica de passagem

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